Segundo a ONU, a taxa de homicídios de Fortaleza é quatro vezes maior que o limite considerado grave. O estudo confirma documento divulgado por ONG mexicana
O Brasil tem 11 das 30 cidades
mais violentas do planeta. O levantamento do Escritório sobre Drogas e Crimes
nas Nações Unidas foi feito com base em assassinatos ocorridos do ano de 2012 e
aponta Fortaleza como a 7ª cidade mais perigosa do mundo, perdendo para Maceió,
que ficou na 5ª posição.
Segundo a ONU, taxas de
homicídios acima de 20 por 100 mil habitantes são consideradas como graves
pelos especialistas. Fortaleza possui uma taxa de 79.42 homicídios por 100 mil
habitantes, número muito acima da média.
A informação veio a confirmar
o que já havia sido anunciado pela ONG mexicana Conselho Cidadão para a
Segurança Pública e Justiça Penal, em março deste ano. A ONG divulgou uma lista
onde aponta que Fortaleza é a 7ª cidade mais violenta do mundo. A lista mostra
ainda que 16 cidades das 50 listadas são brasileiras. E entre essas cidades
seis vão receber jogos da Copa do Mundo: Fortaleza, Natal, Salvador, Manaus,
Recife e Belo Horizonte.
Números
Os números são alarmantes. Até
a metade de março de 2014, menos de três meses do início do ano, 766 pessoas
foram mortas somente na capital, sendo 433 por ama de fogo. Os dados são da
Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). E os números oficiais da SSPDS
comprovam. Em 2014, a cada dia 9,8 pessoas são assassinadas em Fortaleza.
O levantamento da ONU aponta
ainda que o Iraque, no Oriente Médio, tem índice de homicídios de oito para 100
mil habitantes, muito inferior ao de Fortaleza. Um levantamento foi feito pelo
Tribuna do Ceará e constatou que de 2007 a 2014 foram registrados 20.740
homicídios no Estado (sendo 2.860 por ano). A estatística é praticamente igual
ao número de soldados mortos durante os oito anos e nove meses da guerra do
Iraque, com 21.428 (2.448 por ano).
E a situação se agrava pois o
estado ainda tem 58.567 mandados de prisão em aberto, ou seja, muitos
assaltantes e homicidas continuam soltos. Se fossem presos, eles lotariam a
Arena Castelão. Os dados são do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do
Ceará (Sinpol).
Tribuna do Ceará