coqueluche, doença antes tida como controlada
pela rede de saúde do Estado, vem registrando cada vez mais casos no Ceará. O
alerta é do Hospital São José, maior unidade de referência em infectologia do
Estado. Na última semana, c
“Está acontecendo um fenômeno
não só no Ceará, mas também no Brasil e no mundo. A doença está reemergindo”,
comenta o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em
infectologia pediátrica do Hospital São José, Robério Leite. Entre os anos de
2011 e 2012, a infecção registrou um aumento de 41% nos casos confirmados,
passando de 29 a 41, conforme um boletim epidemiológico divulgado pela
Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) em julho do ano passado.
O médico explica que o aumento
de casos da doença pode ser atribuído à falta de reforço da vacina durante a
adolescência. Atualmente, a vacinação contra a coqueluche é realizada pela rede
de saúde pública apenas em crianças de até 6 anos de idade e em gestantes,
durante o último trimestre de gravidez.
A imunização, no entanto,
possui uma vida útil de cerca de apenas dez anos. “Mantivemos boas faixas de
cobertura vacinal, acima de 90%, mas, como você não consegue imunidade para o
resto da vida, sempre vai ter um adulto suscetível e o ciclo da doença
permanece”, afirma o médico. ( O POVO)
Sintomas...
A coqueluche é uma doença
infecciosa aguda do trato respiratório transmitida por uma bactéria. Segundo
Leite, a doença é “altamente contagiosa” e sua transmissão ocorre por contato
direto ou gotículas eliminadas no ar.
Em adultos, informa o médico,
os sintomas são similares aos de uma gripe ou resfriado e incluem tosse seca e
contínua, acompanhada ou não de febre. Em crianças e bebês - os mais
vulneráveis à doença - os acessos de tosse podem vir acompanhados de falta de
ar ou vômito. Caso não tratada corretamente, a enfermidade pode gerar
complicações como pneumonia, hemorragias, convulsões ou apneias.
O POVO entrou em contato com a
Sesa e com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sobre o número de casos
confirmados de coqueluche no Estado em 2014 e sobre a vacinação contra a
doença. A Sesa afirmou que “atualmente não há fatos nem dados para efeito de
elaboração de um boletim”. A SMS informou não ser possível realizar o
levantamento dos dados até o fechamento desta matéria.
