Educação precisa ser priorizada: necessidade de investir no conhecimento é apontada por economistas para gerar o desenvolvimento
Mais importante do que crescer economicamente,
na visão do economista e consultor Alcântara Macedo, é proporcionar o
desenvolvimento, de forma que as riquezas geradas possam ser distribuídas de maneira
igualitária. "Quando penso no cenário dez anos à frente, penso na melhoria
econômica e o social, porque não faz sentido acumular riqueza para poucos e
miséria para muitos", reflete.
Fazendo uma análise dos
últimos anos no cenário econômico do Estado, o consultor afirma que o
"Ceará fez o dever de casa" ao investir nos setores de metalurgia e
siderurgia, mas destaca a necessidade de investir no conhecimento. "É
preciso dar massa crítica à juventude que está surgindo", orienta.
O investimento em educação
deve ser uma das prioridades para que o crescimento econômico possa contribuir
efetivamente para a redução da miséria no Estado, segundo avalia o pesquisador
do Laboratório da Estudos sobre a Pobreza (LEP) da Universidade Federal do
Ceará, Carlos Eduardo Marino. "Temos que capacitar as pessoas que hoje não
têm as condições educacionais exigidas pelo mercado de trabalho", diz o
pesquisador.
Qualificação
Sem mão de obra preparada, as
empresas importam pessoal qualificado, cenário que já se percebe atualmente.
"É positivo porque essas pessoas contribuem para o desenvolvimento do
Estado a longo prazo, mas, por outro lado, isso não afeta diretamente a
população mais pobre do Ceará", pondera.
As ações voltadas para o
desenvolvimento industrial, na visão de Marino, são importantes, e fazem parte
do processo de desenvolvimento comum à maioria dos núcleos econômicos do mundo.
Entretanto, esses investimentos não são suficientes para mudar o perfil social
do Ceará. "Um grande contingente que vive em situação de pobreza vai se
apropriar de muito pouco desse investimento. Talvez a receita não esteja
errada, esteja incompleta", avalia.
Outro quesito importante para
ampliar de forma social os benefícios do crescimento econômico projetado para o
Ceará, segundo Alcântara Macêdo, são as políticas públicas de desenvolvimento.
"As políticas regionais precisam ser mais includentes, não podemos
privilegiar um grupo pequeno em detrimento de pessoas que ficam no
entorno", explica o consultor.
Diário do Nordeste
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