Não é de agora que o
entrosamento entre os dois se expressa. Em 2012, o Governo Federal adotou a
experiência cearense do Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC) e
anunciou um pacto nos mesmos moldes do desenvolvido no Estado. Durante o
lançamento da ação, na capital federal, mais loas a Cid. No ano passado, ao
entregar o Estádio Nacional de Brasília, a petista voltou a citá-lo em tom
elogioso, lembrando a conclusão do estádio Castelão.
O prestígio dos Ferreira Gomes
com a presidente cresceu após o clã ter resolvido romper com seu antigo
partido, o PSB, diante da decisão de Eduardo Campos de se lançar na disputa
pela Presidência da República. A iniciativa de 2012, que tem a ver com o
interesse de Cid em eleger seu sucessor em 2014, foi vista como atestado de
fidelidade. Dilma terá – e parece estar disposta – de saldar a dívida política
contraída com o grupo.
O futuro
O ano eleitoral é a saída para
isso, mas há quem já olhe além. A partir de 2015, Cid estará disponível no
“mercado” político. Mesmo que decida se candidatar e venha a ser eleito para o
Senado, não terá impedimentos legais para assumir cargo em um possível segundo
governo petista. Nos bastidores, a hipótese é cogitada.
“A condição dele e as
necessidades que o Ceará e o País têm de não prescindir de quadros, seja no
governo ou no parlamento, dá ao Cid uma condição especial. Fica difícil para
uma pessoa que exerce função pública guardar atenção para os interesses
pessoais. Mesmo ele ficando (no governo) até o final. creio que será convidado
para compor um (hipotético) segundo governo Dilma”, disse um integrante do
núcleo político de Cid, que pediu para não ser identificado.
Os “interesses pessoais”
mencionados pela fonte se referem às intenções do governador de, após cumprir o
mandato, passar temporada fora do País.
Para o deputado federal José
Guimarães (PT), um dos interlocutores de Cid, uma possível nova etapa do
Governo Dilma exigirá uma “recomposição de forças”. Ele não quis citar partidos
específicos, mas afirmou que a petista terá de evitar “ficar na mão de um
partido, dividir os espaços com outros”. Questionado, Guimarães disse achar que
“é um desejo dela (Dilma) ter o governador em sua equipe”. O desenrolar da
campanha dirá. (O POVO ONLINE)