O momento em que a casa caiu, via justiça - por que já havia sido derrubada duas vezes nas urnas pelo Chico - é um fato da história politica de Camocim que deve ser lembrado por toda a vida e contada de geração em geração, por se tratar de uma oligarquia que se oferece ao povo como a imaculada e cheia de graça mas que vive se desviando do crivo da Justiça. Pois bem, a partir de hoje iremos registrar para a população os capítulos da cassação, no processo em que a coligação do Chico entrou recentemente com um Recurso de Embargo de Declaração, junto ao TRE depois da decisão do Pleno. É que o 'bixim' precisa andar.
Antes de tudo, salientamos que Monica Aguiar e Zé Olavo foram cassados pela Justiça, em primeira instância, no processo de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) por que estão sendo acusados pela coligação a “força do povo”, de comprar votos, abusar de poder econômico, corrupção consistente na divulgação de folhetos de uma pesquisa dando eles como eleitos jogados do avião do Neto e distribuição de blusas em troca de votos. O processo correu em segredo de Justiça e somente por isso os camocinenses ficaram alheios ao teor da ação, mesmo depois da sentença bombástica que derrubou a casa e a credibilidade do moralista grupo oligárquico.
Estamos prestando um favor para a posteridade. Passaremos a transcrever em algumas postagens a sentença do Juiz Rogério Henrique do Nascimento, que acompanha um breve relato de suas impressões sobre o caso. Segue:
“Já no início de 2012 os partidários da futura candidatura do PSB davam mostras de que não respeitariam a isonomia que deve haver na campanha eleitoral, ao divulgarem adesivos contendo figuras similares a placas de trânsito com os dizeres: 40- "andando com responsabilidade”. O fato foi objeto da representação eleitoral n° 1- 92.2012.6.06.0032, julgada procedente, atualmente em grau de recurso.
Com o início do período eleitoral, se acirraram os ânimos, sendo necessário que fossem disciplinados os eventos das duas coligações que efetivamente disputavam as eleições majoritárias em Camocim, para evitar encontro das "caminhadas" de ambas, o que foi conseguindo através de termo de ajustamento de conduta, que gerou varias discussões, sendo que o vice prefeito José Olavo por diversas vezes representou a Coligação pela qual foi candidato, me causando surpresa suas alegações de que não sabia quem "dava a última palavra" na campanha de Mônica Aguiar, pois é notório que o líder da campanha era o deputado estadual Sérgio Aguiar, marido da prefeita.
Além das “caminhadas”, verdadeiras “micaretas” que percorriam nos finais de semana as ruas de Camocim, perturbando o trânsito e o sossego dos cidadãos, havia a propaganda feita com carros de som, que também causou muito transtorno sem que o policiamento local fizesse o controle dos excessos. Não se pode dizer que havia “santos” em alguma das Coligações, mas a coligação dos impugnados tinha um maior volume de som e uma maior sensação de impunidade, teimando em concluir seus movimentos após o horários permitidos pela legislação e por termo de ajustamento de conduta que permitiu a realização de “passeatas” até as 23:00 horas. Também deve ser destacado que foi estacionado um caminhão baú com enormes adesivos de propagandas dos candidatos Mônica Aguiar e Kléber Trévia (Vereador) nas imediações do cartório eleitoral, em evidente afronta, pois após as eleições o veículo sumiu do local, que é prova de que tinha por fim exclusivo ser usado como “outdoor”. Registre-se que a propagada foi declarada irregular, na representação nº 237-44.2012.6.06.0032, atualmente em grau de recurso.
Mesmo com os excessos e as discussões travadas pelos simpatizantes das coligações através das redes sociais, o clima era de tranquilidade, até a última semana da campanha eleitoral, quando foram divulgada duas pesquisas, ambas concluindo pela vitória dos candidatos das duas coligações com o mesmo percentual. A partir daí, nos três últimos dias da primeira semana de outubro de 2012, os ânimos se acirraram, havendo diversas denúncias de que partidários da candidatura Mônica Aguiar estariam perseguindo partidários da candidatura de “Chiquinho do Peixe”, sem que Polícia Militar coibisse os desmandos.
Por falar em polícia Militar, surpreendentemente foi enviado um Coronel para chefiar o policiamento local no dia da eleições, fato que me causou surpresa, pois em Camocim está sediada uma Companhia do 3° BPM, comandado por um Major e um Capitão, que foram responsáveis por seu comando nas eleições de 2012, sem que houvesse maiores reclamações sobre sua atuação. Pois bem, por aqui chegou o “Coronel Batista”, que teve medíocre desempenho e não justificou sua designação para comandar o policiamento das eleições de 2012, já que simplesmente ignorou as ordens judiciais, não realizando uma detenção sequer no dia das eleições, mesmo vendo hordas de pessoas aglomerando nas portas dos locais de votação trajando camisas amarelas e fazendo balbúrdia.
Na minha ótica o clima reinante em Camocim no dia das eleições foi de insegurança, que perdurou durante a semana seguinte, com os “vitoriosos” partidários da candidatura Mônica Aguiar fazendo barulho com carros de som pelas ruas de Camocim sem que a Policia Militar freasse seus desmandos. As arruaças só terminaram quando os vencedores cansaram de festejar, sem que a policia Militar cumprisse seu papel de garantir a segurança dos cidadãos, independentemente de suas preferencias politicas”.
O RC continuará registrando lentamente aquilo que foi a maior agonia dos cara de pau em 2013.
Carlos Jardel