Parecia uma tipo de síndrome da cegueira coletiva, que vitimou apenas galera do GCP.
As pessoas que testemunharam a favor da Monica e do Zé, ou eram parentes,
ou ocupantes de cargos comissionados da gestão da prefeita. Duas destas nem
moram em Camocim e todas foram evasivas procurando distorcer a realidade.O juiz disse que foi algo enfadonho. Continua abaixo, em negrito, o relato dele (Juiz).
“Com relação às testemunhas
trazidas pelos impugnado, uma não reside em Camocim (Edgar Vasconcelos da Frota
Jr) e até agora não entendi como e porque foi arrolada, pois além de não
fornecer qualquer informação relevante, já que esteve em Camocim somente durante
parte da tarde dia 7 de outubro, sequer conseguiu esclarecer quem eram seus
amigos que residem nesta cidade, e, muito menos, fornecer seus endereços. Outra
que também não reside em Camocim (Leurimbergue Lima da Silva), tinha vinculo
com a campanha dos impugnados e não esteve nesta cidade no dia das eleições
prestando declarações inócuas e irrelevantes para firmar meu convencimento
sobre a origem das camisas amarelas e sua influência no resultado do pleito.
Por último, mas uma testemunha residente em Fortaleza (Paulo Sérgio Rocha),
embora tenha vínculo com Camocim, prestou informação evasivas e dissociadas da
realidade, pois é pouco provável que realmente tenha visto poucas pessoas
vestindo camisas amarelas na hora em que foi votar, pois é notória a presença
de pessoas vestindo camisas amarelas nas imediações dos locais de votação
durante todo o dia 07 de outubro de 2012.
As demais testemunhas, que
realmente residem em Camocim, tinham parentesco com as pessoas ligadas aos
impugnados ou eram ocupantes de cargos comissionados, sendo ouvidas somente na
condição de informantes. Todos foram evasivas e repetiram a enfadonha ladainha:
"vi camisas amarelas, vermelhas, azuis, brancas", procurando
distorcer a realidade e evitando prestar declarações que pudessem prejudicar os
impugnados. Entretanto, mesmo evasivas, suas declarações em alguns momentos
forneceram dados que puderam ser analisados em conjunto com outras informações
colhidas de outros depoimentos e de fatos de meu conhecimento, por terem se
passado nas imediações do cartório eleitoral, onde permaneci durante todo o
dia, contribuindo para dissipar minhas dúvidas sobre a origem e influência das
camisas amarelas no resultado das eleições municipais de 2012 em Camocim.
Antônio Diego Brito Veras Coelho,
irmão de um dos atuais Procuradores do Município (Dr. Zenilson Brito Veras
Coelho) não viu nem ouvi nada, não lembrando sequer a hora em que foi votar,
podendo ser tido como totalmente inconclusivo.
Francisco Edilson Rabelo de Lima,
ouvindo na condição de informante por ocupar cargo comissionado, alegou que
somente ouviu boatos sobre a existência de aglomerações de pessoas vestindo
amarelo, e, embora tenha permanecido a maior parte do dia na casa da sogra, nas
imediações do cartório eleitoral, chegou a afirmar que na parte da tarde havia
maior concentração de pessoas vestindo azul. O fato diverge de todas as
informações prestadas pelas demais pessoas e que merece credibilidade,
principalmente porque durante todo o dia existia aglomerações de parentes do
marido da candidata Mônica Aguiar postados em uma casa situada nas proximidades
da casa da sogra do informante, que foram inclusive abordadas por mim durante a
tarde, por causa de um veiculo (buggy) adornado com propagandas da candidata
que circulou pelas ruas de Camocim e permaneceu estacionando na rua 24 de maio
, a menos de cem (100) metros do NAEC, local de votação onde havia intensa
movimentação de pessoas vestindo camisas amarelas, fato que também ocorria no
posto de gasolina situado no final do quarteirão onde a testemunha passou o dia,
no hospital situado na outra esquina e na praça da igreja, que fica defronte ao
hospital.
A testemunha Marcos Antônio Monteiro, vereador
por quatro períodos em Camocim, partidário do Deputado Sergio Aguiar e marido
da vereadora Lucia da Emartece foi outra pessoa que prestou informações
evasivas, nada havendo para ser valorado nas suas declarações.
Antônio Cleile Martins de Oliveira Junior, que
também não prestou compromisso por exercer cargo comissionado, foi outro cujo
depoimento trouxe poucas informações que possam ser tidas como importantes,
destacando-se somente sua afirmação de que não viu concentração de pessoas
vestindo camisas amarelas na véspera da eleição, fato que demonstra que as referidas
vestimentas foram usadas somente no dia das eleições.
Kélvia Araújo Santos,
secretaria de gestão administrativa e parenta do vereador César Veras, notório partidário
do deputado Sérgio Aguiar, cujo compromisso também foi dispensado, foi outro
cujas declarações podem ser tidas como irrelevantes para o exame do caso em
tela.
A última testemunha, Nélia
Cristina Siebra Aguiar, casada com um primo do deputado Sergio Aguiar, afirmou
que viu pessoas de amarelo circulando pela praça que fica nas imediações do
NAEC, onde votou por volta de 15:00 ou 16:00 horas, mas não achou que houvesse preponderância
de camisas amarelas sobre as demais vestimentas e não viu cenas semelhantes ás
retratadas nas fotografias constantes nos autos, concluindo que achou o dia 07
de outubro tranquilo.
Das pessoas referidas pelas
testemunhas que foram ouvidas na audiência em continuação e que podem ser classificadas
como de interesse dos impugnados. Raimundo Nonato Feitosa Neto, dono do avião
que divulgou propaganda dos impugnados afirmou que não foi contratado para
fazer propaganda e que arcou com os custos dos vôos e impressão das pesquisas
que jogou sobre a cidade, desrespeitando a legislação eleitoral, pois sujou as
ruas com os panfletos. Com relação às camisas amarelas, nada esclareceu.
Francisco das Chagas Federico Lopes (titico) declarou reconhecer como sendo seu
o veiculo fotografado por "Danilo da Topic", mas negou ter se
encontrado com ele e ter distribuído camisas amarelas. Foi totalmente contraditório
ao afirma que no dia das eleições se postou na frente do hospital e não viu
concentração de pessoas usando camisas amarelas, aparentando bastante nervosismo
durante seu depoimento.
A última pessoa referida pelas testemunhas,
Ana Elizabeth Gomes Rodrigues, que também teve dispensado o compromisso legal
por ser Secretaria de Saúde, negou ter arregimentado pessoas para usarem as
camisas amarelas mediante pagamento, alegando que desconhecia existência dos
"amigos da Mônica" e que também desconhecia como foram recrutados os
fiscais da coligações, embora tenha informado que foi Delegada do partido no
dia das eleições e que teve participação ativa na campanha da impugnada,
acompanhando-a nas visitas em busca de apoio dos eleitores, podendo opinar
sobre os locais das reuniões. Também prestou informações sobre "Titico"
afirmando que não é de seu conhecimento que ele trabalhou na campanha da
candidata MÔNICA AGUIAR e que havia pessoas distribuindo camisas amarelas no
dia da eleição...”
Continuaremos contando a história noutra postagem.
Carlos Jardel
Continuaremos contando a história noutra postagem.
Carlos Jardel