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Foto- Lago Seco (Carlos Jardel) |
Camocim, não diferente das outras cidades nordestinas, enfrenta os mesmos dilemas proporcionados pelo prolongado período de estiagem, considerado um dos maiores dos últimos anos. O Lago Seco, belo atrativo natural de Camocim, ponto de lazer e também de atividades econômicas e de subsistência da população, retrata bem a situação de penúria pela qual passam centenas de moradores da cidade, que antes contavam com o manancial para pescar o peixe e desenvolver outras atividades, como por exemplo, a venda informal e nas barracas instaladas às margens do mesmo, que em períodos de cheias atrai um grande número de visitantes consumidores que aquecem a economia.As barracas ainda existem, porém, em período de baixa.
Em 2010, o Lago chegou a ser beneficiado com 18.000 (dezoito mil) alevinos de tilápia do Projeto de
Peixamento do Governo do Estado do Ceará, desenvolvido pela Secretária da Pesca
e Aquicultura, mediante a realização do georreferenciamento dos principais
lagos de valores econômicos do Município, dos quais foram indicados a medição
da profundidade, cumprimento e largura dos mesmos. O projeto teve o objetivo de
repor os estoques pesqueiros dos reservatórios públicos visando aumentar a
produção de pescado proporcionando mais oportunidade de trabalho e renda às
comunidades situadas no entorno dos lagos, além de ampliar a oferta de
alimentos de reconhecido valor nutritivo e possibilitar o aproveitamento do
potencial produtivo das águas represadas.
Em Camocim são considerados de valor econômico
os seguintes lagos: Lago Grande, Lago da Torta, Lago das Moreias, Lago do
Boqueirão, Lago das cangalhas, Lago da Amarelas e Lago do Ziú. Atualmente todos se encontram em situação de
seca, gerando grandes dificuldades de sobrevivência para os moradores de
suas respectivas regiões.
Iniciamos o assunto sobre a problemática tendo como ponto de reflexão a situação dos nossos lagos, por entendermos que seca não significa apenas falta de água para beber. O poder público deveria ter clara esta compreensão, procurando ser mais eficiente, superando a ideia de "combater a seca" somente a partir da imediata construção de poços profundos ou algo parecido. Estas medidas são importantes, ajudam, porém, são insuficientes. Seria mais inteligente querer entender o conceito de se "conviver na seca" do que apostar num possível curto prazo da ausência da quadra chuvosa. A falta de chuva é um fenômeno natural mais do que previsto no Nordeste brasileiro e que sempre existiu paralelo à dinâmica de vida nas regiões atingidas. As pessoas que moram no campo, além de beberem água, desenvolvem outras atividades que, na estiagem, são afetadas, e a simples construção de um poço profundo já mais irá resolver o problema, cabendo então a intervenção do Poder Público no desenvolvimento de projetos pensados e elaborados a partir da complexa e dinâmica realidade do povo mais atingido.
No caso de Camocim, seria preciso que o Governo Municipal fosse realmente técnico e ousado, menos politiqueiro. Poderia iniciar refletindo: como é que uma comunidade sobrevive quando um lago de importância econômica seca? Sim, por que certamente existem grandes prejuízos. Quantas atividades de subsistência são desenvolvidas tendo os lagos como suporte?
O Assunto é complexo e não pretendemos esgotá-lo, mas percebe-se que, por exemplo, no Plano de Governo da Prefeita, pelo menos o que está registrado no cartório, não existe um linha que mencione esta dificuldade - salvo a construção de poços profundos, chafarizes e cisternas de placas - no mais é como se o problema não existisse em Camocim, ou como se fosse uma realidade apenas do Sertão Central. O que não é verdade.
Não queremos dizer que a prefeita tem culpa da seca. A realidade é que, ainda, NUNCA houve um governo que refletisse este problema como se deve.
Entendemos que já está mais do que na hora das nossas autoridades começarem a pensar sério sobre o assunto e deixarem da politicagem barata que faz parecer faraônica a simples raspagem de "estradas vicinais" para o homem do campo. O problema vai mais além e sem data para acabar.
A seca sempre existirá. É o nosso clima. As politicas públicas de convivência com ela devem aparecer para realmente melhorar a vida das pessoas.
Carlos Jardel
Iniciamos o assunto sobre a problemática tendo como ponto de reflexão a situação dos nossos lagos, por entendermos que seca não significa apenas falta de água para beber. O poder público deveria ter clara esta compreensão, procurando ser mais eficiente, superando a ideia de "combater a seca" somente a partir da imediata construção de poços profundos ou algo parecido. Estas medidas são importantes, ajudam, porém, são insuficientes. Seria mais inteligente querer entender o conceito de se "conviver na seca" do que apostar num possível curto prazo da ausência da quadra chuvosa. A falta de chuva é um fenômeno natural mais do que previsto no Nordeste brasileiro e que sempre existiu paralelo à dinâmica de vida nas regiões atingidas. As pessoas que moram no campo, além de beberem água, desenvolvem outras atividades que, na estiagem, são afetadas, e a simples construção de um poço profundo já mais irá resolver o problema, cabendo então a intervenção do Poder Público no desenvolvimento de projetos pensados e elaborados a partir da complexa e dinâmica realidade do povo mais atingido.
No caso de Camocim, seria preciso que o Governo Municipal fosse realmente técnico e ousado, menos politiqueiro. Poderia iniciar refletindo: como é que uma comunidade sobrevive quando um lago de importância econômica seca? Sim, por que certamente existem grandes prejuízos. Quantas atividades de subsistência são desenvolvidas tendo os lagos como suporte?
O Assunto é complexo e não pretendemos esgotá-lo, mas percebe-se que, por exemplo, no Plano de Governo da Prefeita, pelo menos o que está registrado no cartório, não existe um linha que mencione esta dificuldade - salvo a construção de poços profundos, chafarizes e cisternas de placas - no mais é como se o problema não existisse em Camocim, ou como se fosse uma realidade apenas do Sertão Central. O que não é verdade.
Não queremos dizer que a prefeita tem culpa da seca. A realidade é que, ainda, NUNCA houve um governo que refletisse este problema como se deve.
Entendemos que já está mais do que na hora das nossas autoridades começarem a pensar sério sobre o assunto e deixarem da politicagem barata que faz parecer faraônica a simples raspagem de "estradas vicinais" para o homem do campo. O problema vai mais além e sem data para acabar.
A seca sempre existirá. É o nosso clima. As politicas públicas de convivência com ela devem aparecer para realmente melhorar a vida das pessoas.
Carlos Jardel