SPORT CLUB - O VELHO CASEBRE - Revista Camocim

terça-feira, 1 de outubro de 2013

SPORT CLUB - O VELHO CASEBRE

 Perdido em meio a tantos sinais da modernidade e do progresso, por entre condomínios hermeticamente fechados e prédios com refinada arquitetura, estava o velho casebre. Embora ainda mantivesse a sua imponência e os traçados meticulosos em sua fachada desgastada pelo tempo, a antiga construção resistia à celeridade e fugacidade de tantos avanços e mudanças no cenário urbano daquela pequena cidade interiorana.
Os transeuntes que por ali passam quase não se importam mais com aquele antigo prédio da Rua José de Alencar. Alguns poucos ainda se detêm por alguns segundos fitando o que ainda resta de suas paredes e janelas, perguntando-se sobre a sua história e o seu trágico desfecho. Em seus tempos áureos, apenas a aristocracia camocinense poderia frequentá-lo e participar de suas tertúlias, saraus e bailes. Ouve-se dizer que o luxo e a ostentação eram marcas características daquele casarão. Os lustres europeus, por exemplo, davam um “glamour” especial às noites de festa, onde a boa música e a recitação poética embalavam os corações apaixonados.
Como não lembrar aqui das pinturas e decorações do artista plástico Manuel Queiróz, que com sua elegância e talento deixou também suas marcas perenes na história daquele clube. Os seus grandes salões, hoje tomados pelo abandono e descaso, são testemunhas de importantes solenidades e eventos, como aquela que prestigiou o feito heroico do grande aviador Pinto Martins e seus companheiros em sua trajetória Nova Iorque – Rio de Janeiro.
Fatídica manhã aquela de 1931, quando as chamas mudaram para sempre o velho Sport Clube e, consequentemente, a história de Camocim.


César Rocha