
As negociações com Campos e
Freire começaram na noite de sexta-feira. Com a intenção de barrar a reeleição
da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno, levando a disputa para o
segundo, a intenção era formar uma Coligação Democrática com PPS, PSB e Rede, o
que também não exclui uma dobradinha com o PSDB de Aécio Neves, para apoio
mútuo para quem for ao segundo turno.
Tudo estava certo para Marina
se filiar ao PSB, já sabendo que Campos é candidato. O anúncio formal será
feito neste sábado às 15h30m. Hoje é o último dia de prazo para os políticos
que pretendem participar das eleições de 2014 fazerem sua filiação ou trocarem
de partido.
Marina se reuniu primeiro com
o PPS pela manhã. Ao final do encontro, a cúpula do PPS começou a preparar uma
nota na qual deve descartar uma aliança com Marina Silva e o PSB. O PPS havia
proposto a filiação de Marina ao partido.O presidente do PPS, Roberto Freire,
chamou a Brasília a cúpula do partido, na expectativa de uma eventual filiação
de Marina. Freire ficou irritado com a decisão de Marina de ir para o PSB.
O jornalista Merval Pereira
divulgou, em seu blog, que governador de Pernambuco Eduardo Campos fecharia um
acordo político com grande impacto na corrida presidencial. O PSB assinará um
protocolo de intenções com a Rede Sustentabilidade para a formação do que
chamam de coligação democrática. O PSB reconhecerá a existência política da
Rede e dará legenda a Marina e a todos os membros da Executiva Nacional do
futuro partido.
No momento, Marina Silva está
em segundo em todas as pesquisas de opinião, com índices que variam de 25% a
16% e o governador de Pernambuco está em quarto lugar com cerca de 5% dos
votos.
Sempre próximo do presidente
do PSB, Eduardo Campos, o PPS também se colocou à disposição do ex-ministro
José Serra. A estratégia é colocar na disputa um nome competitivo para levar a
eleição, que tem a presidente Dilma Rousseff como favorita, para o segundo
turno.
Os socialistas não descartam
uma parceria entre a senadora e o pré-candidato Eduardo Campos, numa chapa a
presidente. A possibilidade de Marina não sair candidata a presidente, mas
compor com outras forças políticas, saindo como vice, por exemplo, não é
descartada por aliados do presidenciável socialista.
- Essa possibilidade (de
Marina ser vice de Campos) seria maravilhosa, né? Como Deus é socialista, pode
até acontecer esse milagre - brincou o secretário geral do PSB.
As conversas de Marina com
Eduardo Campos começaram no inicio do ano. Em fevereiro, num encontro em
Recife, ele assinou a ficha para a criação do Rede e uma carta de apoio. Já
naquela época se sinalizava para um acordo futuro de alianças de apoio mútuo.
Adversários na corrida pelo
Planalto em 2014, os presidenciáveis Aécio Neves , Marina Silva e Eduardo
Campos estão agora, curiosamente, com os destinos entrelaçados. Sabem que só
têm chance de vencer a presidente Dilma Rousseff, e o PT, se conseguirem levar
a disputa para o segundo turno. Para que isso aconteça, Campos precisa garantir
coligação com pelo menos um partido para ter tempo de TV. Os três
pré-candidatos vêm conversando e traçando estratégias conjuntas, de ajuda
mútua, para concretizar as candidaturas.