ALÉM DO MAL - Revista Camocim

sábado, 3 de agosto de 2013

ALÉM DO MAL


Não levo em conta o mal que me fizeste,
Que o ódio é um sentimento tão mesquinho,
Como a vingança é um vegetal daninho
Que viça na aridez de um peito agreste!

Por isso, cada mágoa que me deste,
Uma a uma, fui largando no caminho,
Como a rosa se livra de um espinho
Que rebenta do caule mais silvestre!

A despeito do mal que me causaste,
Já não guardo rancor e, por contraste,
Em troca dos espinhos te dou flores

E te perdoo os males cometidos,
Que o perdão reconforta os oprimidos,
E mata de remorso os opressores!

Raimundo Bento Sotero.