MÉDICO ENVIOU NOTA AO REVISTA CAMOCIM SOBRE A MATÉRIA INTITULADA "FORTE DOSAGEM DE MEDICAMENTO QUASE LEVA A ÓBITO JOVEM EM CAMOCIM" - Revista Camocim

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

MÉDICO ENVIOU NOTA AO REVISTA CAMOCIM SOBRE A MATÉRIA INTITULADA "FORTE DOSAGEM DE MEDICAMENTO QUASE LEVA A ÓBITO JOVEM EM CAMOCIM"

Senhor Carlos Jardel, saudações. 
 Esta nota diz respeito à postagem que o senhor escreveu sobre mim em seu blog. Não costumo fazer as coisas às pressas e tampouco tomar decisões de que me arrependa depois. Assim, como sempre faço, precisei de alguns dias para pensar sobre que atitude tomar, diante do que ocorreu. 
 Fiquei incomodado com sua nota e acho importante que o senhor saiba disso. Tenho notado, em Camocim, uma lógica (da qual o senhor e seu blog parecem fazer parte) que diz respeito a pequenas e grandes rivalidades políticas, pessoais, familiares, partidárias etc. Quanto a mim, não tenho família ou amigos na cidade e nem qualquer participação (e nem quero ter) nessa lógica que parece reinar no município, que é cruel e perversa e que impede o bom exercício da Política (esta, com letra maiúscula). 
 Sou um sujeito bastante politizado, mas de maneira amplamente diferente da sua. Exerço incessantemente a política em meu dia-a-dia, através de uma visão crítica, de um exercício profissional consciente e ético, através de minha participação social etc., o que me faz, inclusive, perceber que a "politiquice" que acontece em Camocim não me diz respeito e em nada contribui para a cidade como um todo. 
 Não me interessam, portanto, os conflitos politiqueiros deste município, a oligarquia da vez ou ainda quem ansiosamente aguarda sua vez de locupletar-se, a não ser quando tais conflitos respingam em mim (como parece ter sido o caso em questão). Temos, senhor Carlos Jardel, contudo, algo em comum, que é o uso da web para fazer política, o senhor à sua maneira e eu à minha. Caso tenha interesse, o senhor poderá visitar o endereço a seguir e ter a oportunidade de conhecer um trabalho sério e ético na área de Comunicação: www.ulbra-to.br/encena. Esse é um projeto diversas vezes premiado (nacional e regionalmente), do qual fui idealizador, coordenador e, atualmente, consultor. 
 Voltando à questão inicial, tenho umas observações a fazer em relação à sua nota que, jornalisticamente, é pobre e mal escrita (aliás, nesse sentido, ela se afina ao restante dos textos do Revista Camocim). Assim como em relação a uma má política, só me diz respeito um mau jornalismo quando ele me atinge (e aqui também foi o caso). Embora, ao que parece, o senhor tenha tido o cuidado de não afirmar, pessoalmente, quase nada sobre o ocorrido, o senhor claramente o faz na manchete da notícia ("FORTE DOSAGEM DE MEDICAMENTO QUASE LEVA A ÓBITO JOVEM EM CAMOCIM"). 
 Eis é a primeira questão: como o senhor sabe disso? Como o senhor pode ter certeza de que o que o usuário sentiu foi causado pelos remédios administrados? Imagino que o senhor tenha alguma evidência que justifique sua afirmação, além - é claro - do depoimento de Dona Esmeraldina. O senhor considerou outras possibilidades? Como, por exemplo, a medicação ter sido dada de forma errada ou de não ter sido eu quem prescreveu todos os remédios que foram administrados a ele naquele dia (ou nos dias imediatamente anteriores ou posteriores à consulta), visto que o usuário, segundo a própria mãe, estava em crise. 
 Se a mãe afirma que, no dia seguinte, eu "não estava no hospital" (imagino que ela queria dizer "CAPS", no lugar de "hospital"), como posso pessoalmente ter prescrito a medicação desse dia? Para que o senhor saiba - embora eu desconfie que seu principal intuito não seja o de esclarecer a questão - não há, documentada, qualquer referência minha a medicações a serem administradas pela equipe do CAPS, no dia seguinte, na residência do usuário. 
 Há uma outra questão que me incomodou deveras e que diz respeito à afirmação de Dona Esmeraldina de que fui exonerado por motivo de denúncias contra mim. O senhor, que esteve em contato com o Márcio, secretário municipal de saúde, teve curiosidade de perguntar que denúncias foram essas e o que ele - como gestor legalmente responsável - fez a respeito? Acho que isso é um ponto muito importante e obscuro de sua notícia, pois não chegou a mim, durante os cerca de 4 meses em que estive vinculado ao município de Camocim, qualquer denúncia a meu respeito. O senhor não acha que, em nome do bom jornalismo, você deveria ter apurado isso? 
 A minha exoneração da Prefeitura deu-se porque eu, pessoalmente, não tive mais interesse em fazer parte daquela equipe. Muito antes de eu atender o usuário que o senhor diz (sem qualquer embasamento convincente) ter quase morrido, meu pedido de exoneração (do qual guardo um cópia datada e assinada pela coordenação do serviço) estava entregue e protocolado no CAPS. Diante de meu pedido de desligamento, ao contrário do que afirma Dona Esmeraldina, a coordenadora do CAPS, após conversar com o secretário de saúde, pediu-me para que eu permanecesse no serviço por mais 30 dias, no que concordei prontamente, a fim de que os usuários agendados não ficassem sem atendimento. 
 Bem, Senhor Carlos Jardel, em suma, sua notícia envolve afirmações suas e de Dona Esmeraldina a meu respeito, que não são verdadeiras. Quanto ao Márcio, não consegui ainda falar com ele a respeito do assunto, mas o farei assim que possível, a fim de averiguar as informações que, segundo o senhor e Dona Esmeraldina, ele lhes passou. Caso o Márcio tenha realmente recebido denúncias contra mim e, por algum motivo, não me comunicou e nem o fez às autoridade competentes, ele - assim como eu em meu exercício profissional e o senhor no seu - estará sujeito a responder legalmente pelo fato. 
 Para finalizar, estive em contato com o setor jurídico do Conselho Regional de Medicina, com o Sindicato dos Médicos e com um advogado. A partir das orientações que recebi, preciso tomar algumas decisões em relação ao senhor, à Dona Esmeraldina e ao fato como um todo. Para isso (embora sua concordância não seja exatamente necessária, assim como não foi necessária a minha versão dos fatos para que o senhor publicasse sua nota), gostaria de, exercendo meu direito de resposta (garantido pelo artigo 5o da Constituição Federal), solicitar que o senhor publique em seu blog o presente texto.
 Sem mais.

Mardônio Menezes