ENTREVISTA- JOVEM LÍDER DOS MANIFESTANTES EM CAMOCIM FALA SOBRE O MOVIMENTO E PAUTA DAS REIVINDICAÇÕES - Revista Camocim

segunda-feira, 1 de julho de 2013

ENTREVISTA- JOVEM LÍDER DOS MANIFESTANTES EM CAMOCIM FALA SOBRE O MOVIMENTO E PAUTA DAS REIVINDICAÇÕES

Inicialmente o movimento saiu às ruas com o nome “Movimento dos Injustiçados” em seguida mudou para “Movimento Desperta Camocim”. Na semana passada os jovens apresentaram e discutiram a pauta de reivindicações com a presidência do poder legislativo municipal. Os principais temas discutidos foram saúde, educação, geração de empregos, esporte, cultura, drogas e ensino superior. Na busca de melhor compreender o movimento caracterizado como apartidário, protagonizado por jovens, o Revista Camocim conversou com uma das lideres do movimento, Maria Gleiciane Fontenele Pereira, 19 anos, Professora, universitária e militante do JUNTOS, grupo de esquerda dentro da UNE. 

Revista Camocim – Por que o nome “ MOVIMENTO DESPERTA CAMOCIM”?  
O nome do movimento ficou “Movimento Desperta Camocim, como uma forma de afirmar os novos olhares e preocupações com os problemas da cidade, procurando também por meio do nosso movimento, despertar a população. Para que o município se desenvolva é necessário haver harmonia entre todos, independente de partido envolvido, pois, após a eleição não é o partido, mas sim, um todo que deve trabalhar em prol de qualquer um. É dever de quem nos representa, se atentar a isso e é dever da população se unir em busca de melhorias. 
O nome do movimento vem alertar a população para estar lutando e brigando por aquilo que é de direito.
Revista Camocim - Qual a ideologia do movimento?
O movimento é liderado por jovens e é totalmente apartidário, sem valorização ou atribuição a partido algum. O movimento busca estar lutando e reivindicando para soluções de problemas locais e pedindo os direitos que não nos é suprido, por meio de manifestos pacificas. Tendo como foco maior, chamar a atenção do governo para que o mesmo possa nos ouvir e atender nossas pautas, que são baseadas em situações de descontentamento local, em busca de conseguir melhorias para o município, apoiando também outros movimentos e lutas maiores, não menos importantes. O movimento Desperta Camocim busca proporcionar uma politização entre a população de Camocim, como mostra de uma ruptura do aparato que coloca a cidade em duas situações partidárias A e B. Procuramos  unificar a luta com todos aqueles que também se sentem prejudicados sem pretensões ou importâncias partidárias, pois o mesmo segue-se com autonomia enquanto movimento social.

Revista Camocim - A pauta de reivindicações apresentada pelo movimento trata do Ensino superior na cidade, e um dos assuntos em questão é o transporte universitário e a falta de uma sede acadêmica  em Camocim. Especificamente, qual é a intenção do movimento?
O movimento tem o intuito de pedir mais assistência para educação, principalmente ao ensino superior que tem carência total na cidade.  Mesmo não sendo direito do município garantir o transporte para o ensino superior, é necessário que, como universitários, filhos da cidade, o município procure garantir a ida destes jovens as cidades que contem universidade, para que possam ter direito ao ensino superior, já que a cidade não oferece uma sede universitária, e os campus que contem oferecem pouquíssimos cursos de licenciatura e limitados. 
Quando mencionei a questão do transporte, me referi a problemas antigos que, antecedem o movimento. Uma preocupação, pelo menos de minha parte, há algum tempo, ao qual já havíamos, nós universitários, nos reunido e criado, é o estatuto que falta apenas aprovação para que possamos juntos pedirmos a algum vereador para torná-lo uma garantia que conste na  Lei Orgânica no Município. No entanto, no momento, esta situação da demanda de alunos a Sobral esta tranquila. Porém, esta questão nos faz levar ao contexto de uma sede universitária dentro de Camocim, que na nossa visão, é algo necessário, devido a grande demanda de jovens que vão tanto para  Sobral como para Parnaíba. Se tivesse uma sede na cidade, provavelmente, não causaria tanto descolamento, pois além dos que viajam, ainda tem o que vão embora para dar continuidade aos estudos. Por isso falei em universidade estadual no município, justamente para suprir a necessidade desses jovens que terminam o ensino médio e querem cursar o ensino superior e trabalhar, mas não querem ir embora, claro que com uma sede que possa ter cursos e profissionais, para que realmente funcione, e sabemos que cidade oferece lugar pra construir. 

Revista Camocim - Quais são as propostas do movimento para os casos  de:
A - Geração de emprego ?
Que o poder Legislativo e Executivo possam estar buscando soluções para a falta de emprego que é tão escassa no município, nos limitando a ser comerciante ou professor. Que eles possam trabalhar no sentido de estarem indo em busca de empresas para a nossa cidade, que possam garantir geração de empregos. Percebe-se que, quando os alunos da escola profissionalizante formam-se, mesmo tendo o curso técnico, justamente por falta de emprego acabam ficando sem exercer aquilo que aprenderam ou tendo que ir embora, para outras cidades em busca de melhores condições.
Se tiver emprego, tem circulação econômica, pois assim como precisamos trabalhar o município como um todo precisa de pessoas que trabalhem para gerar economia, e se tem economia tanto o comercio e o turismo crescem.

B-Cultura, Esporte, Lazer, Combate as drogas?
O movimento busca chamar atenção para a valorização da cultura local. Assim como tínhamos o festival de música e o festival de quadrilhas, que já não tem tanto um valor cultural, o movimento pede que o governo crie  meios para que a nossa cultura seja valorizada, que possa criar programas sociais que fomentem a cultura do teatro e do cinema, como tínhamos em décadas passadas. 
Além disso, é preciso priorizar o esporte por meios de competições e manter uma permanente assistência aos grupos de desportistas, criando a secretaria municipal de esporte, pois isso contribui bastante com a retirada dos jovens do mundo das drogas, que tem um elevado índice em Camocim, e que atinge varias famílias de nossa cidade e, consequentemente, a própria sociedade. Além disso, procurar fazer que o município possa assegurar clinicas de reabilitação e assistência, tanto para os jovens drogados, como as próprias famílias.

Revista Camocim - O que o movimento pensou sobre o tema saúde pública?
Quando saímos as ruas, pensamos justamente na questão da saúde como prioridade de reivindicação, vendo que em Camocim não existe hospital, mas somente, uma emergência, e que hoje o papel desta não se cumpre. Sendo assim, quando falamos de saúde o nosso pedido é que, o município tenha um Hospital que realmente funcione. Pois  sabemos  que Camocim já foi grande pólo de atendimento a vários municípios, mas que hoje, mal atende os que moram na cidade. 
Procurar ao menos ampliar o hospital existente para que o mesmo funcione do material humano aos equipamentos e, principalmente no suprimento de profissionais, pois podemos dizer que enquanto saúde, nosso município não possui hospital.

Revista Camocim – E sobre a Educação no município?
Quando falamos em educação, vemos falhas que não se resumem tão somente aos nossos problemas municipais. A questão é muito maior. O que percebemos e vemos como necessário, é que há carência de professores no ensino e carência de espaço físico, principalmente quando nos referimos ao ensino municipal, é muito grande. É preciso dar condições educacionais básicas, como professores realmente capacitados e espaço físico para que os alunos possam estar desenvolvendo atividades independente das salas de aula. É preciso ter um ambiente que proporcione mais dinamicidade as aulas para maior envolvimento dos alunos. Enquanto sistema educacional temos que melhorar.

Carlos Jardel