O QUE PENSO SOBRE A COPA DO MUNDO - Revista Camocim

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O QUE PENSO SOBRE A COPA DO MUNDO

Nem todos estão satisfeitos com o esforço fora do comum que o Governo Federal está fazendo para a realização da Copa do Mundo de 2014. No meio dos insatisfeitos, existe uma parcela pensante que emite a reflexão numa linha contrária ao jogo midiático que patrocina a imagem positiva do Governo e da Copa. É justamente esta parcela da sociedade que se ocupa em dar visibilidade aos grandes impactos e conflitos sociais eminentes deste grande evento mundial (e não são poucos), como por exemplo, as milhares de famílias praticamente expulsas de suas comunidades de origem, recebendo “merrecas” como indenizações vindas de uma imposição governamental, que parece desconsiderar o diálogo com os afetados e os riscos sociais de uma desapropriação impensada. Até mesmo a ONU, através do Conselho de Direitos Humanos, se manifestou apresentando um relatório, criticando a postura desrespeitosa do Governo. Além disso, a crítica popular organizada (Brasil a fora) também contempla os impactos ambientais provocados pelas construções dos grandes projetos de infraestrutura da Copa que, entre outros fatores problemáticos, de natureza ambiental, estima-se também uma “chibatada” de dióxido de carbono na atmosfera, devido ao aumento do fluxo do transporte aéreo internacional.  
Obviamente que existem os benefícios, nem tudo é negativo. Mas, diante da rapidez e da soma de esforços dos nossos políticos exclusivamente em virtude da Copa do Mundo, fica claro que os problemas crônicos do povo Brasileiro de educação, saúde, moradia digna e outros, acontecem simplesmente por falta de vontade dos governantes. A Copa do Mundo está servindo para provar por ‘A mais B’ que somos um país rico em todos os aspectos. Tem dinheiro nos cofres públicos e muito. Decência é o que está faltando, e é o que sempre faltou naqueles que Governam a politica brasileira.
Por este e outros motivos, sou de pleno acordo com todas as manifestações de protestos que estão ocorrendo no Brasil. Foi merecida a vaia que a Dilma recebeu, mesmo não tendo sido da legitima representação da classe mais oprimida, que sofre com as imposições dos governos.
Não concordo com o vandalismo da mesma forma que repugno a postura agressiva maldosa dos policiais que reprimem os manifestantes.
Torço pelo o Brasil que está jogando nas arenas, mas jogo na seleção dos brasileiros que estão sofrendo fora das arenas.

Carlos Jardel