
É sempre assim no primeiro sábado 60 dias após a Páscoa, na Marcha para Jesus. Igrejas evangélicas de todo o Ceará unem-se. Dão as mãos. Viram andarilhas. Formam um mar de fé. Em 2013, o evento chegou à 20ª edição.
Da concentração na praça do Liceu, no bairro Jacarecanga, à dispersão no aterro da Praia de Iracema, o percurso foi só louvor e prece. Cada um por si e pelo outro. Todos pela cidade, vivente de dias sofríveis na violência.
Crianças, jovens, adultos e idosos, famílias inteiras oraram contra as drogas, pela cura das enfermidades dos internos na Santa Casa da Misericórdia e pela mitigação dos efeitos da pior seca dos últimos 50 anos. Por menos dor e mais amor gratuito.
Uma marcha também em protesto à decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de obrigar cartórios a realizarem casamentos homossexuais. Faixas, cartazes e camisas traziam os dizeres “Contra a decisão do CNJ e a favor da família” e “Família: um projeto de Deus”. “Isso aqui é alegria, é adoração, é saber que tem mais gente para adorar a Deus tanto quanto você”, resumiram as estudantes Maria de Nazaré e Maria Beatriz, ambas de 15 anos.
Presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos do Ceará (Ormece), organizadora do evento, o pastor Francisco Paixão Bezerra Cordeiro tinha a expectativa de superar o público do ano passado, quando, conforme ele, 154 mil pessoas participaram do ato.
Ele comemorou a presença cada vez maior de jovens na caminhada. E o tom de cobrança por melhorias na política pública de tratamento de dependentes químicos.
A drogadicção é apontada pela Secretaria Estadual da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) como causa de 90% dos assassinatos de Fortaleza, que atingiram o patamar de 1.628 ocorrências em 2012 e 662 nos quatro primeiros meses deste ano.
“Não há melhor forma de termos uma sociedade pacífica do que pelo Evangelho. O Evangelho é a resposta de Deus para tudo”, disse o pastor.
Matéria publicada no Jornal O Povo