Fragilidade e fortaleza, sorriso e tristeza, assim é o coração de quem vive, ama, sofre, sonha e se enche de emoção. Cada batida, uma ânsia de viver, um desejo de ser feliz, uma esperança que se renova, circulando por entre veias, artérias, percorrendo o corpo inteiro, fazendo a vida acontecer e o divino transparecer em tanta perfeição e finitude. Quem diria que um órgão tão pequeno, tão frágil, pudesse ganhar tanto significado, tanta importância, representando o que de há melhor e pior em todos nós?! Para os poetas e escritores, livres e desprendidos de todo racionalismo, ele, o coração, é a sede de todos os sentimentos e da própria consciência humana, o jardim secreto onde Deus habita. Há, por acaso, alguém que ouse negar tamanha verdade?! O fato é que, nessa misteriosa e inegável ligação entre o que sentimos e as batidas no lado esquerdo do peito, vamos experimentando por entre compassos e descompassos, a aventura de viver, com todas as suas nuances!! Em meio a esse verdadeiro turbilhão de sentimentos, surge a inveterada saudade, velha companheira da espécie humana. A saudade tem a incrível habilidade de fazer o coração bater mais forte, mais devagar, brincando com ele jocosamente. Perversa dor que assola a alma humana!! Mas, ao mesmo tempo, esse sentimento desvairado consegue fazer algo tão sublime: "manter vivo na lembrança um coração que já não bate".
César Rocha
