Quem
diria?! Embora para mim não fosse surpresa alguma! Mais uma vez o servidor
público camocinense sofre as agruras e a infelicidade de não receber o seu
justo salário. Justo e sagrado salário! Para alguns da alta nobreza,
profissionais da política vil desse estado, pode não parecer uma questão muito
séria, emergencial, mas, certamente, para as centenas e milhares de famílias
que dependem desse quinhão, é fator determinante para garantir a sobrevivência.
Na realidade, essa história vergonhosa se repete não só por essas paragens, mas
em todo o Brasil. É uma característica genética de muitos gestores e
administradores públicos, ou seja, faz parte do DNA de algumas oligarquias
políticas roubar e saquear os cofres públicos com a maior naturalidade e espontaneidade,
enquanto grande parte de nós, se contenta com as doces promessas de um futuro
melhor e mais promissor. Acabada a esmola dada às vésperas do pleito eleitoral,
restara somente a amargura da mentira e da dura realidade.
Vladimir Maiakóvski , grande
poeta, dramaturgo e teórico russo disse certa vez: “Na primeira noite eles
aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda
noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos
nada. Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos
a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não
dissemos nada, já não podemos dizer nada.”
E agora, o que poderemos fazer? Que caminho
trilhar? Aguardar de braços cruzados, enquanto persiste esse “estado de calamidade
governamental”? De fato estamos diante de uma calamidade, uma situação
desastrosa, capaz de causar de sérios danos à comunidade afetada, inclusive à
incolumidade e à vida de seus integrantes. Trata-se do flagelo da IMPUNIDADE E
DA MEDIOCRIDADE. Infelizmente, e isso tem ocorrido cada vez com mais
frequência, quando um gestor municipal decreta essa prerrogativa legal,
declarando uma situação emergencial, sua intenção real nada mais é do que repor
os gastos fabulosos da campanha eleitoral às custas dos cofres municipais, do
Estado ou da União. Nesse período de suposta calamidade, são realizadas
contratações sem licitação, apropriação indevida dos salários dos servidores
etc. Que situação!
“Em quem podemos confiar?” – perguntava uma
senhora outro dia numa comunidade. É difícil responder. Vivemos em constante
desconfiança, numa situação de insegurança diuturna, uma crise social sem
precedentes. A democracia há tempos é uma grande piada e o povo, cada vez mais,
paga o preço de sua alienação e omissão política. Até os órgãos de segurança
pública, salvo exceções, responsáveis de manter a dita “ordem”, são os
primeiros a dar um péssimo exemplo quando se tornam coniventes com tantos esquemas
de corrupção.
Salve-se quem puder, AGORA É ELA!
Autor: Febre Forte
Carlos Jardel