"Quase todos os municípios têm alguma retenção, porque 4.900 cidades com dívida previdenciária renegociaram e autorizaram reter"
Rio de Janeiro Trezentos e oitenta e sete cidades não receberam, no último dia 10, sequer um centavo de repasse da primeira parcela do ano do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), formado pelo dinheiro do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O Ministério da Fazenda reteve o dinheiro para pagamento de dívidas das prefeituras com a União, principalmente com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski.
Em muitos casos, a retenção ocorreu devido a acordos de renegociação dos débitos com a autarquia assinados pelos prefeitos. Também foram retidas verbas do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb), além de outras dívidas.
"Quase todos os municípios têm alguma retenção, porque 4.900 cidades com dívida previdenciária renegociaram e autorizaram reter", afirmou Ziulkoski, citando dado de 2010. O presidente da CNM criticou a medida. "O prefeito que tomou posse no dia 1ºde janeiro já assumiu o cargo baleado. Está com o município enterrado, morto".
Entre as cidades atingidas pela retenção total da verba no início do ano estão municípios grandes, como São Gonçalo, o segundo maior do Rio, com mais de 1 milhão de habitantes, cujo repasse retido foi de R$ 1.955.347,91; o também fluminense Duque de Caxias, cujos cofres deixaram de receber R$ 1.842.265,40 do FPM; e até Vitória (ES), que não recebeu R$ 3.816.367,96. Em São Paulo, são 79 os municípios paulistas que não receberam nada de FPM neste ano.
Matéria publicada pelo Diário do Nordeste
DO REVISTA CAMOCIM
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