Revista Camocim: Assassinato

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Ceará é o segundo estado do País que mais mata travestis e transexuais

sexta-feira, janeiro 29, 2021
Ceará é o segundo estado do País que mais mata travestis e transexuais


A mesma população que clama por respeito, dignidade e empatia neste Dia da Visibilidade Trans, sobretudo, vira estatística policial em uma escalada de violência brutal e em ascensão no Ceará. Em 2020, 22 pessoas trans foram assassinadas no Estado, o que representa um salto de 100% em relação aos 11 casos anotados em 2019. O levantamento é da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), divulgado nesta sexta-feira (29). 


O perfil das vítimas cearenses não consta no dossiê, mas, em linhas gerais, o mapeamento nacional mostra que dos 175 casos do País, 78% eram travestis/mulheres trans negras pretas; 72% atuavam como profissionais do sexo; 72% não conheciam os suspeitos; 56% tinham entre 15 e 29 anos e 47% mortas a tiros. 


Ainda do volume total de homicídios, 71% aconteceram em espaços públicos, como vias, ruas, bares, terrenos baldios, parques e praias. Em agosto do ano passado, por exemplo, no Ceará, pelo menos quatro trans foram assassinados nesses locais, segundo apuração do Diário do Nordeste. O último caso do ano, registrado no dia 13 de dezembro, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, vitimou uma travesti conhecida como "Duda", de 29 anos, morta a facadas no bairro Jurema. 


Informações do Diário do Nordeste.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Estudante de fisioterapia grávida é morta e tem o corpo carbonizado pelo namorado em Chorozinho

sexta-feira, janeiro 15, 2021
Estudante de fisioterapia grávida é morta e tem o corpo carbonizado pelo namorado em Chorozinho

A estudante de fisioterapia Maria Efigênia Soares, 28 anos, que estava grávida, foi morta e teve o corpo queimado pelo namorado que não aceitava a gestação, de acordo coma família da jovem. Wando Cordeiro Vasconcelos, 35 anos, foi preso pela Polícia Civil nesta quinta-feira (14)  e indicou aos policiais o local onde o corpo da jovem foi abandonado, no município de Chorozinho, na Grande Fortaleza.


A mãe de Efigênia, Jaqueline Santana, afirma que a filha saiu de casa na noite de quarta-feira (13), no bairro José Walter, em Fortaleza, informando que iria a um supermercado e não retornou.  ''Ela chegou da clínica onde fazia estágio, disse que ia para o mercantil. Ele (suspeito) mandou mensagem para o pai dela dizendo que ela tinha sido sequestrada".


A família da universitária não sabia do relacionamento da universitária com o suspeito. "Aconteceu que ela tava com esse relacionamento, aí, estava saindo com esse rapaz, que vinha várias vezes aqui e eu perguntava e ela dizia que era amigo. Ela engravidou e ele não queria, ele deu uma de Deus, foi lá e matou. Ele acha que pode ser maior que Deus e ninguém pode", disse a mãe da vítima.


Após o desaparecimento, a família de Efigênia registrou um Boletim de Ocorrência e a Divisão Anti-Sequestro do Ceará (DAS) acompanhou o caso. Na noite desta quinta, o delegado da especializada entrou em contato com a família e informou que Efigênia foi encontrada morta.


"Eu tava triste, mas, ao mesmo tempo, estava acreditando em Deus. Quando foi de tardezinha, entrando pela noite, o delegado me deu a notícia que o cara que tava com ela havia matado. Ele (suspeito) quis dizer que ela tava envolvida em coisa errada, ele quis induzir as pessoas a acreditarem que ela estava envolvida em coisa errada", desabafa a mãe. 


Informações do Diário do Nordeste.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Adolescente de 13 anos espancada até a morte sonhava em ser digital influencer

quarta-feira, janeiro 06, 2021
Adolescente de 13 anos espancada até a morte sonhava em ser digital influencer


A morte de uma adolescente de 13 anos de idade, que era conhecida como Keron Ravach, chocou a cidade de Camocim, distante 370 km de Fortaleza. A estudante foi espancada até a morte, atingida com pauladas e socos. Amigos relatam que Keron era tímida, mas tinha o sonho de ser conhecida e se tornar uma digital influencer. Ela estava passando por um processo de transição de gênero.


Keron foi morta na madrugada dessa segunda-feira, 4. O principal suspeito, um adolescente de 17 anos, foi apreendido. De acordo com o titular da Delegacia de Camocim, delegado Herbert Ponte, o garoto confessa o crime e afirma que se encontrou com a vítima para fazer um programa sexual. No entanto, houve um desentendimento quanto ao pagamento dos valores e ele matou a menina. As agressões foram a facadas, pauladas, socos e chutes.


Conforme o delegado, o adolescente, que foi apreendido 21 horas após o crime, é violento. De acordo com relatos ouvidos pela Polícia Civil, ele já teria tentado matar a própria mãe. Com a elucidação do caso, foi pedido internamento do suspeito pela Justiça. O crime, conforme Herbert Ponte, sensibilizou a cidade. "Ele matou a criança a faca, pedrada. Um crime bárbaro", relata.


A instituição de ensino onde Keron estudava, Escola de Ensino Fundamental Francisco Ottoni Coelho, emitiu uma nota de pesar. "Neste momento de dor e indignação, toda comunidade escolar se solidariza com os familiares, amigos, colegas e expressa as mais sinceras condolências", diz o comunicado.


A vítima faria 14 anos no dia 28 deste mês. A rotina dela, conforme os amigos, era estudar e jogar carimba toda semana na praça da cidade. A maioria dos colegas que jogavam com ela eram da comunidade LGBTQ e, depois das partidas, seguiam todos para tomar banho de mar. A adolescente era criada por uma familiar e tinha aproximadamente 10 irmãos, mas que moravam com famílias diferentes. A mãe de Keron morreu há um ano, conforme O POVO apurou com um colega da vítima, de aneurisma cerebral. 


O amigo Ray Fontenelle conta que Keron era tímida, mas se soltava quando estava entre os colegas. "Humilde e cheia de sonhos. Era querida por todos e amava dançar. Queria ser conhecida, digital influencer, fazer vídeos dançando. Era muito prestativa", disse. Ray afirma que não acredita na versão do adolescente de 17 anos, de que estaria em um programa sexual com a vítima. "Não acreditei em nada de oferecer grana por sexo. Ela era muito humilde", afirma.


Os amigos da vítima destacam que, há 10 meses, outra LGBTQ foi assassinada na cidade de Camocim. Luana Kelly, de 22 anos, foi morta a pedradas e pedaços de pau. Na época, três suspeitos foram presos, indiciados por homicídio qualificado. "Estamos a mercê sem política pública, sem ajuda. Camocim vai se tornando a cidade do Interior do Estado que mais mata LGBTQ", comentou.


Beatriz Chaves faz parte do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais, Negras e Negros e é coordenadora da Região Norte no Ceará. Ela afirma que o crime foi bárbaro e deixou a cidade chocada. "Aqui é uma cidade pacata, aí a gente acorda com uma notícia dessas. Um absurdo feito com uma pessoa LGBTQ em transição (de gênero), e que era praticamente uma criança. Não tinha passagens pela Polícia", relata.


No Boletim da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o órgão "descartou que o ato infracional tenha ocorrido em razão da orientação sexual da vítima". A pasta destacou ainda que a investigação foi remetida ao Poder Judiciário, "para tomar as medidas necessárias em relação à infração do qual o adolescente é suspeito".


Infomações do Camocim Portal de Notícias via Jornal O Povo.