Pode haver sentido para uma pandemia? - Revista Camocim

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sábado, 20 de março de 2021

Pode haver sentido para uma pandemia?




Por Paulo Emanuel Lopes* 



Semana passada não lhes escrevi. Não que estivesse em falta assunto, muito pelo contrário. Nosso País passa por uma crise inimaginável, mesmo para um roteirista de novela. E no momento da História que nós mais precisamos de união, serenidade, de conhecimentos científicos… tornamo-nos um dos piores exemplos de gestão na pandemia de Covid-19.


E como se não bastasse o alto número de mortos, muitas das quais talvez evitáveis, a falta de organização política no País, na questão da saúde, acaba por tornar mais longa a pandemia. A ausência de coordenação da crise pelo Governo Federal prejudica o negócio das pessoas, que precisam que tudo isso passe logo.


Não há muito o que se comemorar nesse momento, infelizmente. Por isso, a falta de ânimo em lhes trazer um tema para discussão, na última sexta. Porque esse espaço, para mim, é diferente de uma Redação profissional, onde nós, jornalistas, somos pagos para escrever as histórias que nossos editores acham importante dar divulgação. Aqui é meu espaço de cura, individual e coletivo. Uma semente positiva para um mundo melhor.

Duvidava até que, ao final dessa semana, encontrasse inspiração. Talvez volte quando as notícias melhorarem, pensei. Mas então, perguntando a Deus se haveria motivo para tanto sofrimento, tanta divisão, tanta ausência de fraternidade… lembrei-me de uma parábola de Jesus.


Nela, um campo de trigo é preparado, mas “enquanto todos dormiam”, veio um “inimigo” e semeou joio junto. A planta invasora atrapalha a colheita do trigo, já que ambas consomem e competem pelos nutrientes da terra. E não é possível consumir joio, porque a planta pode ser tóxica para o homem (Portal Agro2.0). O joio e o trigo são muito parecidos, por isso devem crescer juntos até a saída das espigas, quando é possível distinguir a praga.


Na história, os servos perguntam ao seu Senhor se ele deseja que o joio seja arrancado. "Ele respondeu: 'Não, porque, ao tirar o joio, vocês poderiam arrancar com ele o trigo. Deixem que cresçam juntos até a colheita.” (Mateus 13: 29-30)


A história me remeteu a outra parábola. Nela, Jesus conta a curiosa história de um pastor que, ao perceber que uma ovelha de seu rebanho se perdeu, deixa as 99 restantes no campo e sai em busca da ausente.


“E quando a encontra, coloca-a alegremente nos ombros e vai para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: 'Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida'. Eu digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se.” Lucas 15:3-7


Foi uma epifania: Deus (ou Alá, Javé, Jah, Zeus, Grande Arquiteto, não importa o nome que você consagre à Fonte Primária da Vida) estaria tentando salvar a maior quantidade de almas possível! Na doçura e na festa é difícil evoluir, querer aprender. Sair do conforto. Quando a Criação sacode assim nossas vidas, parece que ela quer nos forçar a um novo raciocínio. A recomeçar.


Esta pandemia pode ser interpretada de diversas maneiras. Uma delas é como um grande aprendizado coletivo.


Eu, então, encontrei o que queria escrever para vocês.


 *É jornalista. Escreve para o Revista Camocim às sextas e em dias expecionais.