Escolher o ônibus na hora de viajar pode proporcionar uma economia de até 225,8%, se comparados aos preços das passagens de avião. Historicamente mais barato, viajar de ônibus passa a ganhar outros atributos diante do novo contexto do turismo após a pandemia do coronavírus, mas esbarra em uma série de gargalos, sobretudo considerando a região Nordeste.
A comparação foi constatada em pesquisa direta realizada pela reportagem na última quarta-feira (2) em sites de busca de bilhetes aéreos e rodoviários ClickBus e Kaiak, além dos sites das empresas de ônibus e das próprias companhias aéreas.
Para o levantamento, Fortaleza foi considerada como ponto de partida, no dia 25 deste mês, com retorno no dia 2 de outubro. A variação de 225,8% foi observada no trecho Fortaleza-Natal, ida e volta, cujo bilhete aéreo mais barato encontrado (com taxas) era R$ 538,31, enquanto a passagem de ônibus, também ida e volta com taxas, custava R$ 165,20 para as mesmas datas.
A mesma comparação foi feita para outros cinco destinos. Também foi possível observar diferença expressiva no trecho Fortaleza-Juazeiro, cuja passagem de ônibus custava R$ 158,95 e o bilhete aéreo, R$ 454,07. Ir de Fortaleza para Belém de ônibus na data também é 52,6% mais barato que pegar um voo até a capital paraense.
No trecho Fortaleza-Recife, quase não há diferença e preços: viajar de ônibus para a capital pernambucana é apenas 2,3% mais barato em relação ao preço que consumidor pagaria por um bilhete aéreo.
O professor doutor do departamento de Turismo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Marcius Tulius Soares Falcão, corrobora que o turismo doméstico se destaca em um cenário no qual os indicadores começam a melhorar, mas ainda não há uma vacina que ofereça segurança suficiente para que o ritmo seja plenamente retomado.
Considerando esse contexto, há espaço para o fortalecimento do transporte rodoviário, já que a oferta de voos ainda não foi completamente retomada. “Não é um novo normal do turismo, porque não será uma normalidade, mas o setor terá que se adaptar a isso”, afirma.
“A nossa saída vai ser o turismo doméstico e isso já devia ser uma construção de mais</CW> tempo. O brasileiro não é ainda turista do seu próprio país como deveria ser. Nesse momento o turismo vai precisar de uma grande readaptação”, pontua Falcão.
Informações do Diário do Nordeste.