Quatro meses após o primeiro registro de pacientes infectados pelo novo coronavírus no Estado, a doença se alastrou e já flutuou por todas as cidades cearenses. O emprego do verbo flutuar justifica-se diante da sua capacidade de traduzir o perfil nômade do vírus SARS-CoV-2. O primeiro epicentro da doença foi na Capital cearense. Em seguida, após a curva de contágio se estabilizar em Fortaleza, as atenções (e preocupações) se voltaram a Sobral. Agora, os cuidados recaem sobre a região Sul, sobretudo em Juazeiro do Norte, cidade na qual vive seu momento mais delicado.
Conforme uma pesquisa do Mesor (Modelagem Estatística, Simulação e Otimização de Risco) da Universidade Federal do Cariri, feita a pedido do Sistema Verdes Mares, o pico da doença em Juazeiro deve ser presenciado nesta semana. O estudo levou em consideração números consolidados entre o dia 23 de março - data do primeiro registro na cidade - a 19 de julho, período em que foi realizada a análise.
Os dados foram extraídos da Secretaria da Saúde do Município. O coordenador do Mesor, Paulo Renato Firmino, explica, porém, que este cenário pode sofrer mutação a partir da atualização de novos casos.
"É uma projeção feita a partir da análise matemática da curva de disseminação dos casos registrados. Utilizamos dois métodos, um tradicional, conhecido pela sigla SIR, e o que propomos, o NCB [non-central beta]. A variação diária de novos casos pode mudar, adiando ou até mesmo antecipando essa projeção de pico", detalha. Esse ápice poderia ocorrer, segundo o Mesor, a partir de hoje (22).
Informações do Diário do Nordeste.