Em pedido enviado pela defesa de Sérgio Moro, ontem, para que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril seja divulgado, os advogados afirmam que a "gravação permitirá verificar que as declarações do presidente da República foram, sim, direcionadas ao ministro da Justiça". A defesa listou uma série de fatos que teriam motivado Bolsonaro a ameaçar o então ministro, como Moro não ter apoiado o presidente em suas manifestações contrárias ao distanciamento social e nem sua participação em um ato de 19 de abril, realizado em Brasília com bandeiras antidemocráticas.
Os advogados de Moro também destacam que o ex-juiz não endossou o discurso de Bolsonaro "de minimizar a gravidade da pandemia" do coronavírus e, por fim, não concordou com a interferência do presidente na PF do Rio e na direção geral do órgão.
A defesa confirma que no vídeo "existem manifestações potencialmente ofensivas realizadas por alguns ministros presentes ao ato e que, se tornadas públicas, podem gerar constrangimento", mas destaca que não há conteúdos que "coloque em risco segurança nacional" e pede que o material se torne público.
O relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de Mello, deu, anteontem, 48 horas para as partes se manifestarem sobre a divulgação da gravação.
Informações Diário do Nordeste.