O bem comum e os políticos - Revista Camocim

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O bem comum e os políticos

Esse tema, não tão simplório, vem rendendo discussões acadêmicas e debates acalorados por especialistas e teóricos, pois envolve ciência política, sociologia, filosofia, antropologia e outras "logias". Mas, de fato, ao povo deveria ser ofertado o chamado 'trocando em miúdos", ou seja, a ele, povo, deveria ser explicado melhor para que serve essa tal política, essa tal arte, que alguns tem, ou deveriam ter, de promover o bem comum. Nesse sentido o Papa João XXIII se dirigindo a Igreja e ao mundo formulou apropriadamente o conceito de bem comum quando propôs a Doutrina Social na encíclica Pacem in Terris (1963): "O bem comum consiste no conjunto de todas as condições de vida social que favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana e sua sociedade". 

Ora, a conceituação proposta, muito apropriada por sinal, me parece não ser considerada e tampouco é o fim que a classe política busca como efeito, como decorrência, de suas atividades. Também não poderia ser diferente. Lembro que certa vez conversava com um advogado atuante na seara política e ele me dizia que em política não existe "franciscano". A citação do adjetivo franciscano bem se aplica ao caso, quando o meu interlocutor simplesmente queria me dizer que em política ninguém está preocupado com o outro, com o seu próximo, o bem que alguém faça, por sua atuação política, é para si, para seu grupo e sua família. Como não sou mais nenhum menino, embora siga aprendendo, percebo que os políticos usam o conceito de João XXIII para alcançar seus objetivos pessoais, mas uma vez chegando ao poder, ou ao objetivo, colocam em prática tudo o que aprenderam e apreenderam em Maquiavel, que dizia: "os homens hesitam menos em ofender quem se faz amar, do que ofender quem se faz temer".

Portanto, constatando que nenhum político se preocupa com o tal bem comum, pois se assim fora, não veríamos reuniões de políticos a portas fechadas e bem fechadas, nos gabinetes, nas alcovas, todas tratando de intere$$es pessoais, vantagens para si seu grupo e sua família, não veríamos que as administrações públicas manobram, manipulam criminosamente os processos licitatórios. As administrações públicas, por seus administradores criminosos, comandam e distribuem cargos e vantagens a seus aliados e apaniguados políticos, a seu bel prazer, o povo que se lixe, e receba apenas a lição de casa, que ensina a bater palmas, a soltar foguetes, a brigar com o vizinho, a insultar seus amigos, na defesa de indivíduo que suga o sangue e a mente do pobre trabalhador, dando em troca miséria, sub emprego, doenças e ignorância mental, mas ensinado a ser fanático como torcedor de futebol. 

A máquina pública, o aparelho estatal que em tese foi concebido para favorecer o povo, ser um ente que produza equilíbrio social, e que seja distribuidor de justiça, principalmente a social, no entanto, desde os seus primórdios vem tendo o seu centro de poder “usurpado” por homens mentirosos, perversos, ambiciosos, maléficos, distribuidores da injustiça e praticantes de toda sorte de maldade contra o povo, pois este, manipulado, enganado, iludido, se julga livre e sabedor de tudo, é na verdade explorado e sugado até suas últimas forças. Essas viagens especulativas, fruto de um esforço filosófico, capacidade que não tenho, me lembram quanto o ente estatal se assemelha a uma “MATRIX”. 

O Estado e o poder, para aqueles que o tomam de assalto, são apenas uma mera extensão de seu próprio ser. Essa verdade está gravada na história por uma frase dita pelo Rei francês, Luis XIV, que disse: “L’État c’est moi”, em português: O Estado sou Eu. Não à toa este rei é conhecido como o “rei sol”. É assim que os “poderosos” se sentem diante de tanto poder concedido por leis por eles mesmos elaboradas, se acham donos das câmaras de vereadores, donos das prefeituras, donos das assembleias legislativas, do governo federal... É preciso um esforço psicológico para estar preso fisicamente a esta realidade, mas liberto mentalmente. Isso, a meu ver, se chama liberdade de fato.

Ah, ia me esquecendo, a prática maquiavélica é desenvolvida pela chamada esquerda e com louvor pela direita. Ou seja, tanto nós como eles praticamos as mesmas obras, com uma diferença, uns são mais e outros menos hipócritas, pois o que se prega, o que se escreve, não é aquilo que se pratica.

João Siebra