Mercado de orgânicos no Nordeste é o segundo maior do Brasil - Revista Camocim

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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Mercado de orgânicos no Nordeste é o segundo maior do Brasil

Em em cada cinco brasileiros consome orgânicos - na região Nordeste, cerca de 20% da população escolhe levar para casa um orgânico, em vez de um produto convencional. O número nos coloca atrás apenas da região Sul, segundo pesquisa divulgada em setembro pela Organis, entidade setorial que reúne empresas, produtores e fornecedores brasileiros de orgânicos, em parceria com a consultoria Brain.

Para saciar a fome dessa fatia da população, houve um aumento considerável na produção: no Ceará, o número de produtores inscritos no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos vem crescendo - até o mês passado, o estado registrou um número três vezes maior do que o total inscrito em 2013, quando foram contabilizados 200 produtores, sendo um terço deles voltados para a apicultura orgânica em área de vegetação nativa da Caatinga.


Apesar do aumento do consumo, os orgânicos ainda enfrentam rejeição de potenciais consumidores, os quais apontam o fator custo como o principal empecilho para os produtos ganharem mais espaço nas cestas e carrinhos de compras. “Infelizmente, a ideia de que os orgânicos custam muito mais caro parece que está impregnada na cabeça de muitas pessoas. Mas o preço dos produtos dependem de muitos fatores, e há uma variação considerável de acordo com a época do ano e o local da venda, por exemplo”, enumera Sandra Alves Soares, proprietária da loja Portal do Orgânico. “O que há é preços muito competitivos, mesmo em relação ao produto convencional oferecido pelas grandes redes de supermercado, que contam com uma série de vantagens, como uma maior logística de distribuição, por exemplo. No entanto, há de se considerar que o mercado de orgânicos, por si só, demanda grande investimento. É o caso do tomate, que é mais suscetível a pragas e requere o uso de estufas. O produtor orgânico que o cultiva quase não tira lucro com ele, dados os custos”, explica.

Um gargalo para a produção dos orgânicos e o consequente barateamento de preços para o consumidor é que a maioria dos pequenos produtores não consegue manter as lavouras nem aumentar a safra apenas com recursos próprios. “A linha de crédito dos bancos ainda é mais acessível para os produtores convencionais, já que o uso dos defensivos químicos funciona como uma garantia de que aquele agricultor vai conseguir obter uma produção maior na sua lavoura e arcar com o empréstimo bancário. Ou seja, a agricultura orgânica é considerada um investimento de risco para muitos bancos, que simplesmente preferem não financiá-las - incluindo nesse rol os bancos públicos”, aponta. Apesar dos percalços, a empresária destaca que o mercado está em franca expansão. “Tanto a produção quanto o consumo estão aumentando muito, não só no Ceará, mas também no Brasil, principalmente no cenário atual, de liberação crescente de agrotóxicos. As pessoas aparecem na loja em busca de produtos de melhor qualidade porque estão preocupadas com a saúde e também porque acreditam em questões relacionadas à consciência de consumo”, destaca.

Tal consciência se refere ao fato de que os orgânicos representam muito mais do que somente evitar o uso de químicos. O produto deve ser cultivado em um ambiente no qual se considerem fatores como sustentabilidade social, ambiental e econômica, além da valorização da cultura das comunidades rurais. A criação orgânica também exclui adubos químicos, transgênicos, hormônios, drogas veterinárias ou antibióticos em qualquer fase da produção. E sim, há produção de carne orgânica - neste caso, ela é produzida da maneira mais natural possível, com os animais sendo tratados principalmente com medicamentos fitoterápicos e homeopáticos, vacinados e alimentados com pastos isentos de pesticidas.

“No meu entender, ser orgânico é também respeitar a natureza, a terra, o bicho. E quem trabalha comigo recebe um valor justo pelo suor do trabalho. No comércio normal, não se está nem aí para o pequeno produtor, que recebe uma mixaria por tudo”, destaca o feirante José Maria Silva, 37. “As feiras de rua são importantes para a gente porque se está comercializando direto com o cliente, sem atravessador, sendo assim mais fácil oferecer o produto com um preço bom, sendo que no final, todos saem ganhando”, completa.