Índice de homens que faz tarefas domésticas cresce 17% no Ceará - Revista Camocim

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sábado, 27 de abril de 2019

Índice de homens que faz tarefas domésticas cresce 17% no Ceará

Por outro lado, conforme dados IBGE, as mulheres ainda dedicam 10 horas a mais para limpar, organizar e cuidar do lar

Em três anos, o índice de homens cearenses que afirmam realizar afazeres domésticos cresceu 17%. Economia, mercado de trabalho e cultura justificam o aumento, que é observado no País. As mulheres, entretanto, ainda dedicam 10 horas a mais para limpar, organizar e cuidar do domicílio.

Os dados fazem parte do estudo "Outras formas de trabalho", do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). O objetivo, conforme o superintendente do IBGE no Ceará, Francisco Lopes, é verificar as horas trabalhadas das pessoas. "É importante, porque mostra o tempo de ocupação que a pessoa tem e dispõe em qualquer atividade", descreveu. 


"Sobre os afazeres aqui na nossa casa, a gente tem uma boa divisão, não brigamos não. Acho que ela faz as coisas mais do que eu, mas é também porque ela gosta", contou Jeferson Cavalcante Galdino. Casado há 15 anos com Helena Suerda Lopes e Silva, e pai de um menino de 14 anos, ele é responsável pela lavagem da louça e pelas compras do supermercado. Ela fica com a organização da roupa, lavar, secar, além da limpeza de parte da casa. Na cozinha, quem chegar primeiro adianta o preparo do jantar.

Ambos trabalham fora, são servidores públicos, e não cresceram vendo os pais dividirem as tarefas diárias. O homem saía para prover o sustento e a mulher tinha a missão de criar os filhos e manter o lar. Afirmam que não ter empregada doméstica não é somente uma escolha econômica, mas que traduz a dinâmica da família. "Pensamos que podemos executar essas tarefas. Tem a questão do custo, mas optamos também por gastar mais em momentos de lazer", afirma Helena. E embora as tarefas sejam divididas, ela assume que a maior parte fica com ela. O contexto atual é diferente, mas nem tanto.

No futuro, porém, a tendência é que o processo de compartilhamento mais igualitário das responsabilidades em casa acelere. Quem afirma é o professor de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Vitor Hugo Miro. "Ainda não atingimos esse ponto, mas ele vai acontecer. Basta observarmos que esse equilíbrio é maior entre grupos demográficos mais jovens", destacou.

O ingresso de mulheres no mercado de trabalho formal, crescente desde 1970, é reforçado pelo aumento também do nível de escolaridade que, conforme o professor, já é superior ao dos homens.

"Contudo, ainda é bastante comum a situação de mulheres acumulando uma 'dupla jornada', com trabalho formal e afazeres domésticos. Mas isso também está mudando", ressaltou.

A pesquisa, baseada na Pnad, faz os recortes de outras formas de trabalho desde 2016. Os indicadores se referem às pessoas de 14 anos ou mais de idade, independente da situação na ocupação.

Taxas de trabalhos
DADOS

Taxa de realização de afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parentes

Brasil

2018- 85,6%(total), 78,2% (homens), 92,2% (mulheres)

Ceará

2018- 80,2% (total), 69,7% (homem), 89,8% (mulheres)

2017 - 77% (total), 64,8% (homens), 88,1% (mulheres)

2016 - 73,7% (total), 59,2% (homens), 86,7% (mulheres)

Taxa de realização de trabalho voluntário

Brasil

2018 - 4,3% (total), 3,4% (homens), 5% (mulheres)

Ceará

2018 - 3,2% (total), 2,4% (homens), 3,9% (mulheres)

Taxa de produção de bens para o próprio consumo

Brasil

2018 - 7,7% (total), 8,4% (homens), 7% (mulheres)

Ceará

2018 - 10,8% (total), 13,8% (homens), 8% (mulheres)

SARA OLIVEIRA
O POVO