Em Camocim e região há quem diga que a relação do deputado estadual Sérgio Aguiar com o Governo e os Ferreira Gomes desgastou e ocorreu o rompimento definitivo.
Eu tenho lá minhas dúvidas!
Vejamos:
Em momento algum: Cid, Ciro, Ivo e o governador Camilo dispararam a metralhadora verbal contra Sérgio ou contra seu pai, o ex-presidente do TCM. As consequências da rebeldia de Sérgio foram canalizadas - parece - exclusivamente ao Conselheiro do TCM Domingos Filho. Que, segundo as boas línguas, já perdeu algumas regalias que tinha junto ao Estado em algumas regiões, além de sofrer a represália com a tentativa de extinção do TCM, que chegou a morrer, porém ressuscitou graças ao Supremo Tribunal Federal.
Já contra Sérgio Aguiar, apesar de ter sido o pivô da situação, nada aconteceu. Dizem que os irmãos não costumam perdoar os rebeldes e agem sem pena e sem dó para desestabilizá-los. Por isso mesmo há de se questionar: por que toda esta tolerância com Sérgio - diferente do que ocorreu com o Domingos Filho?
Os Ferreira Gomes não publicaram uma notinha sequer esculachando Sérgio e nem tão pouco, até onde se constata, retiraram suas regalias (os empregos apadrinhados).
Ora, o deputado rebelde, apesar de ter dito que seguiria carreira solo (independente), nunca deixou claro que estaria abandonando o Governo e muito menos o grupo comandado por Cid e Ciro. A única coisa que ele fez foi subir em cima do muro, ou como dizem por aqui: começou a pescar com duas linhas, diferente de Domingos Filho e do deputado Federal Domingo Neto ( filho de Domingos Filho), que logo após o episódio da votação na Assembleia Legislativa fez questão de publicar uma foto ao lado do Senador Tasso Jereissati, que é opositor ferrenho dos FGS.
Sem sombra de dúvidas a relação de Sérgio com o Governo está arranhada. Isto é claro e evidente! Porém, são leves ferimentos que não deixarão sequelas, com probabilidade de tudo voltar ao normal o quanto antes, caso eles queiram. E os sinais, até agora, apontam para o entendimento entre os magoados.
Vale lembrara que Sérgio Aguiar, apesar de ter dito que não iria ser mais devoto fiel do Governo, que iria, pelo menos, ler todos os projetos do Executivo antes de votar, recentemente votou a favor de todos sem dizer uma palavra.
Será que o deputado estaria disposto a colocar a administração de sua esposa, a prefeita Monica, em pior estado de dificuldades, arriscando no rompimento com o Governo? Se com ajuda do Estado a administração agiu lentamente, imagine como seria sem este apoio fundamental?
Uma prova que pode justificar a tese de se retornar a aliança está na disputa pelo comando do Consórcio Público de Saúde da Microrregião de Camocim (Policlínica), cuja eleição entre os prefeitos que o compõe deverá acontecer no dia 12 de janeiro. Atualmente, a presidência do consórcio está com a prefeita Monica, que poderá perder para a prefeita de Granja, Amanada, afilhada do ex-prefeito Romeu, que já estaria se articulando politicamente para viabilizar a vitória de sua afilhada.
A questão é que Sérgio também estaria se articulando para sua esposa permanecer no comando do consórcio e já teria, por certo, os votos de alguns prefeituras e de mais três votos do Governo, o que deixaria Romeu a ver navios.
Se Sérgio Aguiar tivesse, de fato, a intenção de romper com o Governo e com os Ferreira Gomes, e se estes também tivesse a mesma intenção, tudo estaria às claras. Nenhum fechou as portas. Foi uma briga com evidências de fortes possibilidades de se reativar o casamento.
Desta situação, o correto, principalmente para os eleitores, é esperar tudo, inclusive nada.
Carlos Jardel