Sem desconsiderar nada do que aconteceu tragicamente no percurso de campanha eleitoral, o fato é que Bolsonaro foi eleito presidente da República. Agora, ele terá, a partir do dia 1º de Janeiro de 2019, a missão de governar para todos os brasileiros, obedecendo a Constituição Federal e a nossa jovem Democracia. Ele mesmo já deu sinal desta possibilidade em um de seus últimos vídeos de campanha eleitoral e no seu primeiro discurso depois do último resultado das urnas.
Antes, e de imediato, alguns dos "torcedores" do Bolsonaro - e o próprio - precisam colocar os pés no chão e destruir a ideia de campanha eleitoral que se encerrou no último sábado (27). É que muitos - inclusive opositores - tem se comportado nas redes sociais com pitacos de deboche e revanchismos descabidos, como se ainda fosse haver um terceiro turno. Não mudaram a tônica da discussão.
É lógico que neste momento deve ser assegurado a garantia do debate politico, até mesmo da critica azeda. E é justamente essa a questão que levantamos: o foco do debate e da critica deve ser sobre a prática de Governo e não mais sobre a finalidade de ganhar eleição. O assunto não é mais sobre adesão de eleitores. É sobre o que todos os brasileiros irão ganhar ou deixar de ganhar com a nova gestão presidencial.
Já outros assanhados agem como se a figura de presidente tenha a missão de governar - mesmo que o eleito tenha sinalizado fortemente para esta tendência - apenas para um grupo. Vale ressaltar as palavras do presidente do STF, Dias Tofflili; é preciso respeitar às diferenças, pregando "momento de união (...) Uma vez eleito, o presidente da República passa a ser o representante da nação, e não apenas dos seus eleitores. Passa a ser presidente de todos."
E mais: "É preciso respeitar aqueles que não lograram êxito em se eleger e também à oposição constituída. É momento de união, de serenidade e de combate a qualquer tipo de radicalismo, seja na situação, seja na oposição (...) O Brasil se formou como uma sociedade tolerante e continuará a sê-lo. Deve-se assegurar a pluralidade política do País. Um dos mais caros e preciosos fundamentos do nosso estado democrático de direito."
Futuro
No final das contas, o desejo do Brasileiro, no geral, é viver dias melhores. A estrada do futuro, com nosso trabalho, há de proporcionar o que tanto esperamos. Precisamos, contudo, prestar bastante atenção nas curvas dessa estrada para não capotarmos.
O grande Raul Seixas e seu parceiro Paulo Coelho, na "Verdade sobre a Nostalgia", já dizia:
"Na curva do futuro muito carro capotou. Talvez por causa disso é que a estrada ali parou.
Porém, atrás da curva perigosa eu sei que existe alguma coisa nova, mais vibrante e menos triste"
Carlos Jardel