O Vaticano anunciou nesta quinta-feira (2) a mudança na Doutrina da Igreja Católica, que passa a considerar inadmissível a pena de morte em todas as circunstâncias. A alteração foi feita formalmente.
"A Igreja ensina, à luz do Evangelho, que a pena de morte é inadmissível,
porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa, e se
compromete com determinação por sua abolição em todo o mundo", afirmou
o pontífice em uma audiência com o cardeal Luis Ladaria, prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé, o órgão responsável por pela defesa das
tradições católicas.
Antes disso, a Igreja já era critica da pena de morte, mas autorizava seu uso
em algumas circunstâncias, quando "era o único jeito possível de defender
efetivamente a vida humana conta agressões injustas", dizia a doutrina. Mas desde o papa João Paulo 2º, morto em 2005, a Igreja já vinha
restringindo o apoio a prática e Francisco já tinha condenado seu
uso publicamente.
Segundo o novo comunicado, a antiga regra já não funcionava mais porque
há novas formas de proteger a sociedade. “Há um entendimento cada vez
maior de que a dignidade da pessoa não está perdida mesmo após a prática
de crimes muito sérios”, diz o texto.
Carlos Jardel
Com informações da Folha de São Paulo