OLHAI OS CANDIDATOS COMO PULAM E DANÇAM... - Revista Camocim

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terça-feira, 2 de setembro de 2014

OLHAI OS CANDIDATOS COMO PULAM E DANÇAM...

Por Francisco Valmir Rocha. 

"Quem observasse, com espírito singelo - vamos supor com a simpleza de um camponês - a gritaria dos candidatos ao próximo pleito eleitoral na hora do horário político, poderia ver diante de si uma plêiade de anjos librando-se no ar de asas abertas, puras, aquarelando o Brasil ideal que eles vão criar no governo deles. Em suma, veria uma plêiade de anjos queixando-se dos "bandidos". Só que ninguém vê os "bandidos" neste filme. Para compreendermos estas cenas do momento, precisaríamos transcrever aqui aquele "apólogo humano", que deixo aqui entre aspas, porque foi tirado de um livro:

"O homens caminham pela face da Terra em fila indiana, cada qual carregando uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente, colocamos as nossas qualidades. Na sacola de trás, guardamos os nossos defeitos. Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos, presas em nosso peito.

Ao mesmo tempo, reparamos, impiedosamente, nas costas do companheiro que está adiante, todos os defeitos que ele possui. E nos julgamos melhores que ele, sem perceber que a pessoa, andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito".

Aplicando o apólogo ao que acontece em nosso horário político, vemos que cada candidato, como se estivesse na fila indiana, vê bem à altura dos olhos, distintamente, em cores vivas, as qualidades que ele próprio tem no alforge pendurado em seu peito. Daí a a euforia, o seu sorriso entreaberto como se voasse em atmosfera rarefeita, muito acima das nuvens - sorriso inexplicável diante da fome que impera. Mas esse anjos beatíficos, surpreendentemente, são muito intolerantes e azedos: só falam das mazelas dos outros. E por quê? Porque, a meio palmo de distância, estão com os olhos postos no alforge aberto nas costas do companheiro que vai na frente.

Então, caro leitor, botando os pés no chão e deixando de falar de anjos, o que nos cabe fazer neste momento? Deixar de lado a atitude ingênua de tabaréus que os candidatos desejam de nós. Nada de se deixar impressionar pela testa luzidia e os cabelos empastados do candidato, nada de se agarrotar com o espírito de rebanho aos que seguem à frente. Conversando com um pescador experiente de nossas praias, soube que a safra de camurupim que está havendo em nossas águas fronteiras deve-se ao espírito de rebanho dos camurupins. Eles acompanham, inepelavelmente, o líder, que vai na frente, e acabam todos pulando na panela. Nada, portanto, de espírito gregário, de espírito de camurupim, se não quisermos pular na panela. Então, que devemos fazer? Olhar, no alforge, da frente, as virtudes de cada candidato. Sem deixar, porém, de examinar os seus defeitos, por mais escondidos que estejam no alforje de trás".