O primeiro dia da campanha de
Marina Silva após ser confirmada candidata a presidente foi de crise no PSB.
Enquanto tenta recompor o comando de sua candidatura, a escolhida para ser a
substituta eleitoral de Eduardo Campos, que morreu no último dia 13, reuniu-se
com siglas aliadas para analisar o lançamento de seu nome à Presidência. Das
seis legendas, só o nanico PSL não compareceu ao evento que aprovou a chapa.
A reunião ocorreu em meio ao
rompimento do coordenador-geral da campanha, Carlos Siqueira, com Marina, a
quem dirigiu duras críticas. Outra baixa foi a saída do coordenador de
mobilização e articulação, Milton Coelho.
Siqueira saiu da sala de
reuniões em meio à fala de Marina e disse que a candidata não representa o
legado de Eduardo Campos.
Marina se filiou em outubro ao
partido após não conseguir montar a sua própria sigla, a Rede Sustentabilidade.
“Ela não representa o legado dele (Campos), está muito longe de representar o
legado dele. Como hospedeira da instituição, ela deveria respeitar essa
instituição”, afirmou Siqueira, um dos dirigentes partidários mais próximos do
ex-governador de Pernambuco, que morreu em um acidente aéreo, em Santos (SP).
“Ela que vá mandar na Rede
dela, porque no PSB mandamos nós”, completou.
O rompimento entre os dois se
deu porque Siqueira avalia que Marina quis impor nomes de sua confiança na
campanha sem consultar o PSB. Na terça-feira, 19, Marina indicou duas pessoas
de sua confiança para a coordenação.
“Pela maneira grosseira como
ela me tratou. Eu havia anunciado que minha função estava encerrada com a morte
do meu amigo. Na reunião (de quarta) ela foi muito deselegante comigo. Eu disse
que não aceitaria aquilo e afirmei: ‘A senhora está cortada das minhas relações
pessoais’”, disse Siqueira.
No encontro de ontem, Marina
preferiu não responder diretamente aos ataques do agora ex-coordenador da
campanha, afirmando ter havido “equívoco” e “incompreensão”. “Estou muito
tranquila com a minha consciência”, afirmou a candidata, após seguidos
questionamentos.
“Não houve engano nenhum. Não
estou e não estarei em hipótese alguma na campanha desta senhora”, afirmou
Siqueira. Na reunião de ontem, PSB, PPS, PRP, PPL e PHS aprovaram a
substituição de Campos por Marina, tendo o deputado federal Beto Albuquerque
(PSB-RS) como vice.
Albuquerque atribuiu os
desentendimentos a “estresse” e “tensão” pela morte de Campos. “Não há crise
nenhuma, foi um pequeno desentendimento de palavras, de compreensão. É fruto do
estresse que estamos todos vivendo. Os últimos sete dias foram terríveis para
nós.”
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