DILMA ACEITA CONSELHO DE LULA E TENTA PAZ COM TEMER - Revista Camocim

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

DILMA ACEITA CONSELHO DE LULA E TENTA PAZ COM TEMER

Em uma sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff (PT) iniciou tentativa de armistício com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), principal beneficiário do seu pedido de impeachment e que havia se afastado da petista.

O esforço de reaproximação teve início no final do ano passado e envolve a tentativa de dar maior protagonismo ao peemedebista tanto na área política como na econômica, já que o vice-presidente tem se queixado de seu isolamento em questões da gestão.

O governo federal decidiu incorporar na política econômica medidas sugeridas pelo documento "Uma ponte para o futuro", lançado no ano passado pelo PMDB, e pretende reabilitá-lo como principal interlocutor do Palácio do Planalto com o partido aliado.


Em conversas reservadas, Lula defende que Dilma valorize Temer e que ele volte a participar da articulação política no Congresso em tentativa de evitar seu afastamento total do governo federal.

Na avaliação do Planalto, o momento é favorável para um armistício diante da aparente perda de força do processo de impeachment e da queda de braço interna no PMDB pela presidência nacional da sigla.


Com o risco de ser retirado do comando da legenda, na convenção nacional da legenda marcada para março, o vice-presidente colocou a questão do impeachment em compasso de espera e decidiu se dedicar à unidade da sigla, numa tentativa de evitar o fortalecimento de movimentos que articulam sua saída do posto.

Em busca de reaproximação, a presidente tem repetido que o episódio da carta enviada em dezembro por Temer com críticas a ela "foi superado" e fez questão de telefonar para ele no Natal para desejar felicidades. Em retribuição, ele ligou para a petista no Ano Novo.

Na carta desabafo, Temer disse que sempre teve "ciência da absoluta desconfiança" da presidente em relação a ele e disse que passou os primeiros quatros anos de gestão como "vice decorativo".

Na quarta-feira, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, informou ao peemedebista que avalia com a equipe econômica formas de inserir pontos da proposta do partido no plano elaborado para o início deste ano que tem como objetivo retomar o crescimento do país.

O aceno tem como objetivo enfraquecer o apoio no partido ao processo de impeachment e desarmar o discurso na sigla de favoráveis ao afastamento da petista de que o PMDB não é culpado pela atual crise econômica, uma vez que não havia sido até então chamado para participar da elaboração de políticas governamentais.

Com a decisão da presidente, o vice-presidente entrou em contato com dirigentes do partido para informar sobre a decisão da petista e marcar encontros para discutir melhor as propostas.

Na lista de medidas sugeridas pelo partido, a maior parte delas de viés liberal, o Planalto considera incorporar a fixação de uma idade mínima para aposentadoria, a elaboração de uma agenda de transparência e de avaliação dos impactos das iniciativas públicas. (das agências)