Segue a breve reflexão de César Rocha sobre a matéria do Programa Fantástico, da Rede Globo: Câmeras em carro da PM incriminam policiais em
morte de menor no RJ
Sinceramente, fico me perguntando
como não ficar revoltado com as cenas que todos nós presenciamos nos
telejornais, quando dois policiais do Estado do Rio de Janeiro tentaram friamente
assassinar três adolescentes, pequeno infratores. Para ser justo, temos que
olhar dois aspectos nessa questão. A primeira, gravíssima, é que, infelizmente,
alguns policiais em nosso país têm sido responsáveis por um verdadeiro
genocídio da população negra, pobre e moradora das periferias. Não sou eu que
falo isso, são os dados estatísticos! De um modo geral, a Polícia Militar é a
herdeira mais visível do período ditatorial que vivemos em nosso país e, por
isso mesmo, preserva os mesmos métodos de tortura e perseguição daquele período
negro de nossa história.
O outro lado da moeda é a
impunidade que grassa em todos os recantos do Brasil. Adolescentes e menores
delinquentes estão cada vez mais abusando de sua condição e ceifando vidas
inocentes. Qual seria a solução? Exterminar, prender, torturar? A resposta é
complexa! Penso que o caminho é priorizar cada vez mais a família e as demais políticas
públicas, num trabalho lento e sistemático para que colhamos os frutos a longo
prazo.
Entendo a insatisfação de muitos
policiais, a insegurança cotidiana e o sentimento de frustração de ver muitas
vezes o seu trabalho comprometido pela falta de Justiça em nosso país. Contudo,
nada justifica a barbárie que está acontecendo, principalmente, em nossas
periferias. Fazer Justiça com as próprias mãos é inaceitável e uma atitude
criminosa.
Quanto vale uma vida hoje? É hora
de sair dos bastidores da história, desse silêncio sepulcral e de nos
posicionarmos frente a esses acontecimentos.