A Polícia Militar do Espírito Santo informou que fará a publicação nesta terça-feira (14), no Diário Oficial do Estado, da instauração dos primeiros inquéritos policiais militares (IPMs) e de procedimentos demissionários dos envolvidos no aquartelamento dos agentes. A paralisação dos policiais teve início há 10 dias.
“Serão publicados procedimento administrativo disciplinar rito ordinário [para quem tem menos de dez anos de PM] ou Conselho de Disciplina [para quem tem mais de dez anos de PM] de 161 policiais militares. Os procedimentos demissionários têm prazo inicial de 30 dias para serem concluídos”, diz a nota.
Segundo o governo, também serão publicados os IPMs de dois tenentes-coronéis, um major, e um capitão da reserva remunerada. Essas publicações são os primeiros inquéritos instaurados de 703 policiais investigados.
Na sexta-feira (10), a Polícia Militar anunciou o indiciamento de 703 agentes pelo crime de revolta. Se condenados, a pena é de 8 a 20 anos de detenção em presídio militar e a expulsão da corporação. O secretário de Segurança Pública, André Garcia, informou que eles foram indiciados pelo crime militar de revolta por estarem armados e aquartelados nos batalhões.
(Agência Brasil)
Quer dizer que não basta pagar mal e expor o pai de família aos perigos diário da criminalidade, ao iminente risco de voltar pra casa dentro de um caixão de defuntos?
O Governo, mais uma vez, erra feio ao aplicar esta medida punitiva. Assim, sinaliza mais forte a absoluta desvalorização para com estes profissionais e suas famílias.
O correto seria o Estado se abrir para o diálogo na perspectiva de atender o que pede a corporação: melhor salário e condições mais dignas de trabalho.
Não é justo que esta greve termine apenas com o resultado do caos na cidade e a exoneração de alguns PMs. O estado não pode ser insensível a este ponto. As reivindicações são justíssimas.
Em tempo II
Por outro lado, nem PM e nem Estado devem punir a sociedade. Pois, como resultado desta greve, a ausência destes profissionais nas ruas tem deixado graves consequências. Há de se chegar a um meio termo para que a greve não venha se tornar um mero ato de irresponsabilidade, servindo apenas para alimentar o estrelismo descabível. E não estou dizendo que é. Mas pode tomar este rumo. Repito: há de se chegar a um meio termo.