Patricia voltou para o concurso de origem após se filiar em partido de oposição ao prefeito.
Patricia, desde que assumiu o concurso na secretaria da infraestrutura do município, sempre trabalhou cedida em outras secretarias, naturalmente exercendo outras funções. Isso ocorreu nas gestões de todos os prefeitos de Jijoca e até mesmo na gestão faraônica de Lindbergh, afinal de contas, desde 2017, a servidora prestava serviço no Fórum de Justiça, onde ficou até o final de abril deste ano, após ter sido convocada a se apresentar na sua secretária de origem.
E ai Jardel? Qual o problema? Como isso se caracteriza perseguição? Calma! Explico:
Patricia era filiada ao PT - Partido dos Trabalhadores, legenda aliada do prefeito no município. Ocorre que ela resolveu se filiar ao PROS e lançar pré-candidatura ao legislativo municipal. A saber, o PROS faz parte do grupo de oposição ao atual governo e isso teria sido o suficiente para desagradar e irritar politicamente o ditador de Jijoca.
E ai?
E ai que: Patricia foi escalada para trabalhar limpando ruas sem pavimentação e praticamente desertas, com poucas residências e repleta de mato. Detalhe: e sozinha!
Tem mais: a justificativa que teria sido apresentada foi "por conta da pandemia". O que não pode ser verdade. Por que? Respondo: porque existe outro gari cedido trabalhando no Fórum. Além dele, pasme: uma profissional da saúde, auxiliar em laboratório.
Veja bem: se justificativa da prefeitura se pautou na necessidade de atender questões relacionadas ao estado pandêmico, então por que não convocar também a profissional da saúde, que é o serviço público central da crise? E se realmente existe a necessidade da ampliar o quadro de garis, por que os demais garis que ocupam outras funções na máquina pública não foram convocados para seus postos de origem?
Ora, aqui não se discute a legalidade do ato do prefeito. Se discute as circunstâncias e as reais motivações dele, que, de forma alguma, são plausíveis. E não são plausíveis porque são imorais apesar da legalidade. Pois nem tudo que é legal é moral! Aliás, existem imoralidades plenamente legalizadas nessa gestão do Lindbergh Martins.
E como perguntar não ofende, vai essa pro prefeito: Se Patricia não tivesse se desfiliado do partido aliado, teria sido convocada a retomar seu concurso ?
A servidora é honesta e trabalha com honradez, perseguida, mas motivada e se conceituando no que imprime a celebre expressão atribuída ao pensador alemão Max Weber: "o trabalho dignifica o homem", no caso em questão, a mulher!
Carlos Jardel