Um dia após o governador Camilo Santana (PT) recuar da decisão de permitir a abertura de alguns tipos de empresas no Estado e manter todas fechadas, por conta da pandemia do novo coronavírus, o sentimento é de alívio entre prefeitos cearenses, que estão preocupados com o avanço da Covid-19 no Interior.
A principal preocupação era em relação à abertura de feiras livres. Nos bastidores, deputados aliados do Governo foram pegos de surpresa com a decisão de flexibilizar o isolamento, já revogada.
Decreto publicado pelo Governo no início da noite do último domingo (5) liberava para o funcionamento 16 tipos de empresas dos setores da indústria, do comércio e de serviços, inclusive feiras livres. O próprio líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Júlio César Filho (Cidadania), confessa que não sabia da medida. No entanto, ele pondera que é difícil para Camilo ter que tomar "várias atitudes, em vários períodos" e acredita que devem existir pressões do setor produtivo.
"O governador, de forma muito humilde e responsável, decidiu manter por mais 15 dias as mesmas regras do decreto anterior. Acreditamos que foi uma medida acertada, devido às projeções de que o pico da pandemia será nas próximas duas semanas".
No entanto, a primeira decisão repercutiu mal, preocupou deputados e prefeitos, tanto que o governador voltou atrás. Em um grupo de deputados da base, no aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, nenhum se posicionou em relação ao primeiro decreto. Depois, elogiaram o recuo de Camilo. Antes, reservadamente, parlamentares comentaram entre si que os prefeitos não teriam como fiscalizar medidas sanitárias se fosse liberada a abertura de alguns tipos de estabelecimentos.
Informações do Diário do Nordeste