Coronelismo espiritual - Revista Camocim

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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Coronelismo espiritual

Falo dos votos de cabresto de católicos, protestantes, evangélicos e espiritualistas que votam cega e ingenuamente em candidatos e partidos de direita sob a orientação de pastores, bispos, padres, conselheiros espirituais que não acordam diante da tragédia que estamos vivendo. Há cristãos que usam a Bíblia para assaltar a população e pregam um deus pagão a serviço de interesses de "devotos" e de projetos de dominação social. A serviço deles, foi criada a teologia da prosperidade que legitima as práticas do liberalismo: é a base da "indústria da fé".

Na votação do impeachment contra Dilma Rousseff, cerca de 100 deputados derrubaram a presidente eleita - "em nome de Deus". Nunca vi o nome de Deus tão blasfemado. Esses mesmos políticos cortaram Bolsas Família, direitos trabalhistas, milhões de empregos, verba da saúde e da educação. Milhões de famílias estão na miséria e eles continuam pedindo votos em nome de Deus.


A responsabilidade está nas igrejas: pregam uma fé individualista, fora das tragédias da humanidade. E o compromisso com a Paz, a Justiça, o Reino de Deus? Foi a primeira e grande preocupação de Jesus Cristo. O desespero da população, o moralismo, a obtusidade das elites, prepararam o terreno para um "salvador" armado de um populismo barato com seu lema "Deus acima de todos". Ele promete varrer os males com mão forte.

O caminho da violência incentivado pela mídia pega fácil nas almas sofridas. Mulheres "pecadoras"', samaritanos e pagãos, leprosos e doentes do tempo de Jesus são, hoje, índios, pobres, gays, negros. Do desprezo ao ódio o passo é curto. Para chegar à paz social, esse "salvador" defende a tortura, a pena de morte e as armas nas mãos da população. Todo dia, assistimos à escalada da violência deste grupo contra adversários políticos e setores excluídos. Isso deve abrir os olhos dos cristãos-voto-de-cabresto. Ou vão votar ainda nos lobos disfarçados de ovelhas?

Com seus limites, a candidatura concorrente pode ser o espaço para derrubar o projeto fascista e unir todos que querem democracia e esperança. Amplos setores das igrejas defendem esse projeto. Hoje, não há outra escolha: democracia ou barbárie. Diz São Paulo: "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão" (Gálatas 5,1).

Padre Ermanno Allegri  
ermanno2009@gmail.com
Coajudor na paróquia de São  João Paulo II, articulador do Movimento Fé e Política