A Ressurreição revela o Deus dos vivos, que supera a morte. Entrevista especial com Andrés Queiruga - Revista Camocim

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domingo, 1 de abril de 2018

A Ressurreição revela o Deus dos vivos, que supera a morte. Entrevista especial com Andrés Queiruga



Para o teólogo Andrés Torres Queiruga, pensar no que significa a ideia de “ressurreição da carne” nas narrativas acerca da ressurreição de Jesus Cristo representa que “Jesus não foi aniquilado pela morte”. “Senão que segue sendo ele mesmo na sua identidade pessoal, não diminuída, mas potenciada enquanto glorificada em Deus. A ressurreição da carne – eu prefiro dizer a ressurreição dos mortos – confessa Jesus já plenamente realizado como Jesus Cristo”, analisa. Ou seja, o ator da ressurreição sintetiza, para ele, “o Deus de vivos e não o Deus de mortos. O que ressuscita os mortos, todos os mortos e todas as mortas, desde o começo do mundo”.

Entretanto, compreender a ressurreição no nosso tempo suscita questões que podem levar a pensar nela como uma narrativa mítica ou, ainda, puramente inventiva. Queiruga, na entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, reconhece: “o sepulcro vazio pertence ao gênero das narrações em estilo intervencionista. Mas não parece imaginável tomado ao pé da letra. De fato, não é demonstrável historicamente, ainda que alguns o pretendam”. Porém, ressalva que a busca por uma comprovação empírica acaba reduzindo o próprio sentido da mensagem do Cristo. “O Ressuscitado estaria limitado pelas leis espaço-temporais. Não poderia, portanto, estar presente em todos os lugares da igreja e do mundo. O falso realismo levaria à irrealidade”, avalia.

Assim, refletir sobre a completude do Cristo ressuscitado, de maneira que vá além de um conhecimento tutelado pela fé cega e que não reduza tudo a uma busca cientificista vazia, passa, segundo Queiruga, a ser o grande desafio da teologia atual. “É preciso repensar tudo:

a) desde a fidelidade ao Deus de Jesus, revelado como amor e misericórdia infinita, e como perdão incondicional, que nos convida a segui-lo e colaborar com Ele, como filhos e filhas; e

b) dentro de nossa cultura, cuja autonomia o Vaticano II proclamou que devemos respeitar, estudar e aproveitar”, aponta.