Este é um assunto que não consta na ordem dos dias e dos tempos do legislativo municipal e nem mesmo na intenção do Gabinete da Prefeita. É a dimensão politica que teoricamente, executada, demandaria positivamente na organização da sociedade. Teria incidência produtiva na vida e no cotidiano das pessoas, ajudando a amenizar algumas patologias sociais. Mas não é isso que temos na condição existencial das nossas respectivas estruturas de governo politico. O que temos, para além de fartas atitudes de incompetência e de má fé, nestas duas esferas de governo - legislativo e executivo -,é a predominância da politicagem atingindo altos estágios, recaindo como insuportáveis fardos nas costas dos camocinenses. A fotografia mais legitima dessa realidade encontra-se nos tribunais da Justiça, incorporada no polêmico processo do "concurso público da prefeitura de Camocim", em que a gestora nega com "unhas e dentes" a possibilidade de empregar dignidade à vida de uma pequena parcela da população desempregada , que tem o direito constitucional garantido em seu favor.
Quanto sofrimento ocasionado por puro capricho da politicagem? Isso é grave!
Por outro lado, não menos dolorido, podemos imaginar a promessa que a senhora prefeita de Camocim e o deputado Sérgio Aguiar, junto com o ex-governador Cid Gomes e o atual Governador Camilo Santana, fizeram publicamente, garantindo a instalação de um estaleiro aqui na cidade. Quantas pessoas se deixaram enganar por esta promessa, que foi feita de palanque em palanque, a cada dois anos sendo renovada? Quantas pessoas desempregadas, homens, mulheres e jovens, depositaram nas urnas o sonho de conseguir um emprego neste empreendimento tão bem prometido e muito bem divulgado nas redes sociais e nos principais jornais de circulação do Estado do Ceará? E quanta indiferença a tudo isso, por parte dos nossos governantes locais?
Vamos aos três fatos:
1- A cobrança aqui não é de graça. É embasada no plano de governo da própria gestora municipal, que estabeleceu criar uma politica de incentivos para atrair fábricas e outros empreendimentos para a cidade.
Pergunta: isso aconteceu? resposta: não!
2- A cobrança também se sustenta no potencial turístico de Camocim e na Pesca, ambos sem nenhum impulso político capaz de movimentá-los com rapidez e eficiência.
Pergunta: isso existe? resposta: não!
3- Consta no município a existência, mesmo que pífia, de uma secretaria chamada de " turismo e desenvolvimento econômico".
Pergunta: funciona, isso? resposta: não!
O reflexo da inoperância deste tripé é sentido na reclamação dos barraqueiros das praias de Camocim, das agências de turismo da cidade e no discurso de lamentação dos bugueiros e dos demais agentes do turismo local.
Podemos encontrar a deficiência do governo, na reflexão feita por centenas de jovens que estão indo embora de Camocim abanando seus diplomas e certificados de cursos técnicos e superior, na tentativa de conseguirem emprego em outras cidades , em outras regiões do Brasil, e até mesmo fora dele.
A falta de uma politica voltada para o incentivo de geração de emprego e renda está no dia a dia, na boca de proprietários de grandes e pequenos comércios na cidade ( mesmo que eles neguem).
E qual tem sido o grande serviço prestado por nossos políticos para ajudar a melhorar a vida da população?
Imagine: por exemplo, em determinadas e importantes secretarias, a prefeita empregou alguns de seus amigos políticos, ex-vereadores derrotados, semi-analfabetos, para gerir o processo...Por ai você pode tirara suas conclusões.
Quanto aos nossos vereadores, estes NADA conseguem fazer de tão útil neste sentido, apenas apresentam propostas de projetos alegóricos ou para entreter a massa. Nada mais além disso... E nas sessões legislativas, ganham ponto os quem entram mudo e saem calado.
Enquanto isso eu vou lembrando do querido radialista Inácio Santos, que finalizava seu programa na antiga Rádio União citando Max Weber: " o trabalho enobrece o homem".
Carlos Jardel