SUICÍDIO SÓ TERÁ RELEVÂNCIA EM CAMOCIM QUANDO O FILHO DE ALGUMA AUTORIDADE COLOCAR A CORDA NO PESCOÇO OU INGERIR VENENO DE RATO - Revista Camocim

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quinta-feira, 8 de junho de 2017

SUICÍDIO SÓ TERÁ RELEVÂNCIA EM CAMOCIM QUANDO O FILHO DE ALGUMA AUTORIDADE COLOCAR A CORDA NO PESCOÇO OU INGERIR VENENO DE RATO

Enquanto o laço da corda estiver no pescoço dos pobres, a questão será apenas: falta de Deus! 

É triste a situação de Camocim com relação aos índices de depressão e suídeo. E mais triste ainda é constatar que, diante da questão alarmante, muito pouco se faz para combater este problema. O investimento público na saúde mental é muito fraco. Muito fraco MESMO! 

No CAPS, que se diz 24h, mas que mal funciona 8, tem apenas um médico psiquiatria - por sinal muito bom -  mas falta de psicólogos para desenvolver os demais trabalhos necessários com os pacientes. Ou seja: o Centro de Atenção Psicossocial  de Camocim não corresponde efetivamente ao seu propósito. 

O programa saúde da família também deveria ser uma outra ferramenta mais eficiente - deveria funcionar como reza o figurino - assim como o CREAS e etc.  Todos funcionam precariamente, com escassez de profissionais. Inclusive com a escassez de psicólogos e de psiquiatras.

Já imaginou:  em cada unidade de saúde da família a presença constante de psicólogos e de outros profissionais atuantes da área, como assistentes sociais, massoterapeutas etc. ????

Percebo que o que existe é apenas uma mera manutenção da rotina dos projetos e das ações existentes que não mais estão surtindo efeito. Não temos, de maneira alguma,  um sistema de saúde evoluído, capaz de atender as demandas costumeiras e as demandas fenomenológicas da sociedade neste tempos atuais.  

Mas tem sido este serviço precário oferecido aos pobres. E digo isso lembrando de duas situações de nosso inteiro conhecimento, em que foi preciso duas famílias recorrerem a um atendimento na rede particular, tendo que desembolsar fortunas para tratar da saúde mental de um paciente que foi recuperado, depois de ter sofrido por quase um ano na rede pública municipal de saúde.

 É como se o sistema de saúde estivesse operando na frequência AM enquanto os problemas do povo estivessem sintonizados na frequência  FM e digital. 

Mas, voltando a manchete: os indícios dizem de que a questão do suicídio só será tratado em Camocim quando um filho de uma autoridade ou pessoa influente se enforcar ou ingerir veneno de rato. Enquanto for apenas pessoas pobres, nada mudará no sistema de saúde, continuaremos dispondo deste arcaico atendimento desumano e indigno. 

Mas o problema não é só o CAPS, o problema está muito além disso. É uma questão de TODOS! 

É preciso uma articulação maior, de toda a sociedade. É necessário  do empenho constante de todas as entidades sociais governamentais e não governamentais para enfrentas este problema em Camocim e na região. 

É preciso reunir os jovens pensantes, universitários, artistas da música, da poesia, agentes da cultura, professores, Igrejas, políticos, associações, intelectuais, empregados, desempregados, juízes, advogados, pais e mães de suicidas,  de  depressivos, e construir uma pauta comum, investir todo o tempo possível tendo como prioridade a vida coletiva, conversar sem máscaras, sem demagogias e propor ações de natureza humanitárias. 

Pense nisso! 

Carlos Jardel