TEMER DEFENDE REFORMAS APÓS PROTESTOS PELO PAÍS - Revista Camocim

Clique na imagem e conheça nossos produtos e ofertas

Clique na imagem e conheça nossos produtos e ofertas


Clique na imagem e fale com a gente

Em Camocim, hospede-se nos hotéis Ilha Park e Ilha Praia Hotel. Clique na imagem e faça sua reserva




sábado, 29 de abril de 2017

TEMER DEFENDE REFORMAS APÓS PROTESTOS PELO PAÍS

O governo federal tentou minimizar os efeitos das manifestações de ontem contrárias às reformas trabalhista e previdenciária. Por meio de nota, o presidente Michel Temer respondeu às demonstrações dizendo que as mudanças legislativas continuarão no Congresso Nacional. Ministros consideraram o movimento um fracasso, enquanto sindicalistas e movimentos sociais celebraram as adesões.

“O governo federal reafirma seu compromisso com a democracia e com as instituições brasileiras. O trabalho em prol da modernização da legislação nacional continuará, com debate amplo e franco, realizado na arena adequada para essa discussão, que é o Congresso Nacional”, disse Temer.


Governistas e o próprio presidente destacaram episódios de violência nos focos de protestos em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde houve queima de ônibus e confronto entre policiais e manifestantes. Foram registrados protestos em pelo menos 129 municípios brasileiros.

“Você pega milhares de pessoas obstruídas por 15, 20, 50 pessoas. As pessoas estão querendo ir trabalhar e estão sendo obstruídas”, afirmou o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, que se referiu à greve geral como inexistente.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, descartou prejuízos à votação da reforma da Previdência por conta das manifestações. “Há uma consciência muito forte de que é preciso que nós enfrentemos a questão da reforma da Previdência”, disse Moreira Franco, em entrevista à rádio CBN.

Centrais sindicais ligadas à oposição e à base se uniram para fortalecer o movimento da sexta-feira, que teve ainda apoio maciço da Igreja Católica e de algumas igrejas evangélicas. Movimentos sociais também participaram das manifestações. Organizadores lançaram notas conjuntas pedindo maior diálogo com o Congresso e ameaçando novas paralisações.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, classificou os atos coordenados como vitoriosos. “Os próximos passos ainda serão discutidos. Vamos ver como os senadores vão agir na reforma trabalhista, sendo que entre a votação na Câmara e a discussão no Senado houve a maior greve do País nos últimos 30 anos”, afirmou. Análise

Para o analista político da UFRJ, Paulo Baía, o movimento foi ineficaz como greve geral, mas teve sucesso na repercussão política, porque conseguiu ser destaque durante todo o dia. “O País não parou, continuou. Mas os movimentos de paralisação criaram um clima de grande impacto politico para a pauta de reivindicações. Não dava pra fechar os olhos e fingir que não existia um movimento de protesto.” O especialista destacou ainda a união entre centrais sindicais rivais, algo, segundo ele, impensável um ano atrás.

O cientista político Adriano Gianturco, do Ibmec, avalia que o governo e o Congresso saíram beneficiados. “Para mim, foi fracasso total. Não houve greve, foi guerrilha urbana, tática do medo. Pegou muito mal. Para o governo, é uma ótima notícia. Não poderia ter sido melhor”, avaliou.

Na visão da sociólogo Sônia Fleury, da FGV, conseguiu passar a mensagem de insatisfação popular e do desconexo entre Congresso e população. “Não se esperava que o governo dissesse que ia mudar de opinião. Espera-se que os parlamentares sejam mais sensíveis ao que a população está sentindo e como isso vai repercutir nas eleições”, argumentou.

SAIBA MAIS
20 de agosto de 1987

No governo de José Sarney, marcado pela forte inflação, centrais sindicais organizaram paralisação contra congelamento de preços e salários. 14 e 15 de março de 1989
Movimentos sindicais convocaram greve geral após níveis de inflação registrarem até 1.700% no acumulado do ano. Estima-se que 35 milhões tenham participado da paralisação.

21 de junho de 1996

O governo de Fernando Henrique Cardoso também enfrentou greve geral contra suas políticas econômicas. Doze milhões de trabalhadores pararam nessa manifestação.

O POVO