SEM TEMPO PRA FARSAS - Revista Camocim

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quinta-feira, 23 de junho de 2016

SEM TEMPO PRA FARSAS

Há algumas semanas ando relativamente escondido de muitas coisas do país; por exemplo, no mês de Maio foram cinco livros para ler para fazer cinco provas diferentes na faculdade, eu diria que estou escondido até de mim mesmo, foi um oceano de provas, trabalhos, aulas, palestras, pautas; minha única catarse eu diria, é quando consigo um tempo pra ver um filme na Netflix. Uma correria só.

Incrível que nesse pequeno intervalo de tempo quando fiquei em “off” do Brasil e das notícias do mundo, quase cai da cadeira quando fui ver e vi que nesse meio tempo um gorila e uma onça foram mortos pela imbecilidade humana, 50 pessoas nos Estados Unidos perderam a vida para a imbecilidade humana, uma deputada inglesa foi morta pela imbecilidade humana, crianças indígenas foram baleadas pela imbecilidade humana. 

Logo ali, em Brasília, a hipocrisia, a sordidez e a corrupção reinam: soberanos e absolutos, como sempre. Nas ruas, o silêncio. Onde estão as colheres “Tramontina” batendo nas panelas? Onde está a indignação da população brasileira que acredita na família tradicional? Pergunto: onde estão todos que iam às ruas usando uma camisa amarela pra simbolizar o patriotismo?
A preocupação está em: se a seleção brasileira de futebol vai ou não pra Copa de Rússia. Enfim, chego a pensar que na barbárie desenhada pela mão humana é quase preferível auto anular-se propositalmente disso tudo. 

Parece que tudo está virando discurso esquerdista, marxista, socialista, comunista; por que será que tudo que se tem falado está sendo levado como discurso de ideologia? Que coisa absurda e insana. 
Defender direitos dos indígenas é farsa? Defender a demarcação de terras é farsa? É comunismo ideológico lutar por justiça e por respeito? É ideologia querer acabar com a violência? Vivemos em um país de guerra e não podemos nos dar conta e ser contra?

Indignar-se com a destruição do meio ambiente. Indignar-se com a cultura de violência disfarçada até parece algo impudico e impuro. É farsa querer cultura? É farsa ser a favor dos índios? Eu sei que não é farsa retirar as demarcações de terra, como se tivessem sido criminosas, dizimar as populações indígenas e entregar suas terras ao agronegócio (afinal, aquelas demarcações “impediam o crescimento do país”) destruir o meio ambiente não é farsa. E tudo isso a troco de quê? Visando o lucro pessoal de indivíduos, apenas isso. Uma “política” simples e sórdida. 

Em suma, uma quase guerra aberta a tudo aquilo que é diferente. Guerra aberta contra os direitos de minorias (todas elas, quaisquer que sejam). Uma moralidade que falsamente se veste no discurso em defesa da vida e da economia, contudo visa apenas dinheiro e poder, não importando quem tenha que pagar por isso, afinal de contas quem paga o pato das contas é sempre aquele que é feito de patinho. São tristes tópicos. 

Quase chego a ficar feliz por ter tido tanta coisa pra fazer. Me cansa bem menos.

Júnior Santiago

 Camocinense, Graduado em filosofia chancelado pela UFG e atualmente faz teologia na PUC Minas Gerais. Congregação São Pedro Ad Víncula