A GREVE DOS PROFESSORES DO ESTADO ESTÁ PARA ALÉM DA QUESTÃO SALARIAL - Revista Camocim

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quinta-feira, 5 de maio de 2016

A GREVE DOS PROFESSORES DO ESTADO ESTÁ PARA ALÉM DA QUESTÃO SALARIAL

Estado desvaloriza a educação!


Por Paulo Clesson, professor efetivo do Estado, do Liceu de Camocim

E a greve continua. A quem diga que é só por dinheiro, mas quem trabalha de graça? Qual trabalhador fica sorrindo quando seu patrão não lhe paga o que é devido?

"Mas o professor deveria pensar nos alunos". Concordo, mas também deve pensar na sua família, nas contas a pagar, na qualidade de vida e na valorização da sua profissão. 

Professor estuda e estuda muito e continua estudando mesmo ao sair da academia, é um profissional em constante evolução, pois trabalha com a construção do conhecimento.

"Mas ele(a) já entrou na profissão sabendo que era assim". Quem tem tal pensamento não entende nossa profissão e, se está nela, não merece ser chamado de professor, está fazendo bico na educação. Se a educação está assim não significa dizer que está certo. O conformismo é uma afronta a nossa capacidade intelectual diante dos desafios profissionais. A educação brasileira, hoje, é espaço de luta social.

A greve continua porque, além da desvalorização salarial, trabalho em salas de aula que parecem saunas de aula, porque os alunos não tem um banheiro decente, nem nós, porque pago pela água que bebo, porque as quadras poliesportivas das escolas já estão se tornando objeto de estudo de arqueólogos (ruínas), porque nossas ferramentas de trabalho são ferramentas que dão trabalho (projetores, computares, aparelhos de som, passam mais tempo quebradas do que funcionando), porque não temos funcionários suficientes etc. Enfim, motivos não faltam para a greve, o que falta mesmo é vergonha na cara por parte daqueles que castigam cruelmente educador, educando e educação.