POLITICA: QUEM VENCE? - Revista Camocim

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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

POLITICA: QUEM VENCE?

Estive passeando pelas redes sociais ontem. Queria espiar se, para além do tom de festa, haveria o início de uma discussão de rumos e perspectivas.O humorista Duvivier diz que todos perdemos com essa eleição, pela arrancada conservadora, pelos milhões empregados em campanha. Mas faz uma convocatória interessante: se não nos dispusermos a usar nosso tempo nesses próximos quatro anos com política, continuaremos perdendo.

Sakamoto, jornalista de dimensão internacional e cientista político, é que nos convida realmente a refletir o que foi esse momento eleitoral e o que significou a eleição da Dilma. Dilma se elegeu com a força da esquerda e dos movimentos sociais.

Não foram seus amigos de última hora, seus partidos coligados à direita ou empresários investidores de campanha. Tão pouco foi a bancada evangélica a quem ela tanto favoreceu em seus quatro anos de governo que a elegeu.

Foram aqueles que, com a justificativa da governabilidade e dos acordos exigidos por ela, ficaram esquecidos no mandato de Dilma. Os indígenas, os negros, os nordestinos, os LGBT e todos aqueles que ela considerava cooptados o suficiente para não ter que se importar com eles.

Por que, então, esses grupos resolveram ir às ruas, às redes sociais, aos palanques, aos manifestos para pedir por Dilma? O que movimentou os corações e mentes dessas pessoas para que voltassem a acreditar nesse governo?

Primeiro, por que o PT fez muito por esses grupos em seus primeiros anos de governo.

As políticas de transferência de renda, a criação da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Combate à Fome, Secretaria de Mulheres e Políticas de Promoção da Igualdade Racial demonstram que havia um compromisso com a diferença e com a equidade.

Obviamente, depois foi tragado pelo “acordismo” desenfreado de quem toma o poder e não quer sair dele. Mas, o meu palpite é que, mesmo com todas as críticas que o governo Dilma recebeu ao longo de seu termo, a esquerda reconhece quando a direita se aproxima.

Ela sente o cheiro de anos de opressão. E sabe que há diferença entre o PT de Dilma que autoriza o encarceramento de seus pares e um partido que representa uma elite que nunca é punida. A população reconhece a ignorância dos adeptos da direita. Muitas foram as acusações de que os eleitores do PT eram ignorantes, pouco educados.

No entanto, todos sabemos que aqueles que realmente ignoram os projetos de seu governo são os eleitores do PSDB. Ignoram que há quem morra de fome, ignoram que aqueles que estão a pedir esmola no sinal são fruto de sua indiferença. Ignoram que sua onda de consumo desenfreada ataca o ecossistema e não tem retorno, ignoram que seus filhos terão um mundo mais duro e menos verde.

Ignoram que a violência nasce de seu desprezo pelos vizinhos pobres. Acima de tudo, ignoram que eles são os verdadeiros ignorantes. Sou um nordestino e tenho orgulho de ser mais um nas estatísticas dos desinformados que elegeu Dilma. E como ignorante que sou, ignoro se esse governo fará uma virada à esquerda.

Acho pouco provável, considerando a bancada conservadora recém eleita no Congresso Nacional. Mas, façamos como nos chama Duvivier, percamos mais tempo com política e vamos nos falando.

(Gervásio de Paula)
Via blog do Roberto Moreira